DA REPORTAGEM LOCAL

Um momento crítico na vida do homem maduro é quando ele se aposenta. Tudo muda: a rotina, as relações pessoais, os sentimentos. Daí pode advir tanto uma fase em ele que vai "curtir" a vida quanto solidão, tristeza, depressão.
"A aposentadoria é muito mais complicada para o homem do que para a mulher", afirma o geriatra Omar Jaluul, professor da USP que tratou de depressão no simpósio sobre envelhecimento.
Para ele, a mulher "é mais versátil" e acaba se adaptando melhor à vida sem a rotina de trabalho. Por isso o homem precisaria ter uma atitude preventiva. "Deve-se buscar, por exemplo, uma maior sociabilização, aumentar a rede de contatos sociais. Com mais relacionamentos, as chances de o isolamento acabar redundando na depressão é menor", diz Jaluul.
Segundo o médico, existem alguns equívocos quando se aborda a idade do homem. "A perda da libido, por exemplo, não é uma coisa natural do envelhecimento. Se o velho não tem vontade de sexo, algo está errado: perda hormonal, quadro depressivo ou disfunção erétil. Ou seja, há uma doença."
Se ela for a depressão -enfermidade que atinge o cérebro e ocasiona desânimo, perda da vitalidade, da libido e da vontade de viver, entre outros sintomas-, hoje são encontrados medicamentos de quarta geração, ou a segunda geração pós-Prozac. "Os antidepressivos modernos são muito seguros e têm uma gama terapêutica bem vasta", diz Jaluul.

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