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Prisão no Canadá tem academia e TV
ALESSANDRA BLANCO
enviada especial a Toronto
Christine Lamont e David Spencer, os dois canadenses que participaram do sequestro do empresário Abílio Diniz, disseram a seus
familiares que as condições das
penitenciárias em que em estão no
Canadá são cem vezes melhores
do que no Brasil.
"Eles estão realmente surpresos
com as acomodações. Christine
disse que estava tudo muito bom,
a comida estava ótima, ela tem
aquecimento na cela e não há corrente de vento", disse Marylin Lamont, mãe de Christine.
Christine está em uma cela sozinha, dentro do que a penitenciária
chama de "living unit", espécie
de pavilhão com 20 celas individuais que dão acesso a uma área
de recreação com TV, duchas, lavanderia e forno microondas.
Durante o dia, ela também pode
sair para tomar sol ou ir a uma espécie de academia, com aparelhos
de ginástica, para fazer exercícios.
Em sua cela também há uma mesa
de escritório e um banheiro.
Segundo Marylin, Christine ficou impressionada com o tamanho da cama de cada preso. "Ela
disse que tem uma cama enorme,
mas é apenas uma cama de casal
comum, que, comparada com o
colchão que ela tinha no Brasil, é
realmente enorme."
Já David Spencer divide a cela
com um outro preso e tem apenas
uma cama e uma mesa de escritório. Segundo o porta-voz da região
do Pacífico do Serviço de Correções do Canadá, Dennis Sinlay,
nem todas as celas da penitenciária onde David está têm banheiro,
mas os presos têm direito a TV e
computador, desde que comprados por eles. David também tem
acesso a uma espécie de academia
de ginástica, quadra de esportes e
pátio para tomar sol.
Nas duas penitenciárias, a alimentação é desenvolvida por nutricionistas, com pratos diferentes
todos os dias. De acordo com as
leis canadenses, em breve David e
Christine poderão se encontrar
em uma visita íntima, mas só depois que passarem pelo período de
exames físicos e psicológicos, que
devem durar seis semanas.
Ontem, o pai de David, William
Spencer, informou que o filho ainda não tem certeza se tomou a decisão certa ao retornar ao Canadá.
Segundo William, David acredita
que em breve o governo brasileiro
poderá expulsar do país os presos
chilenos e argentinos que também
participaram do sequestro devido
à pressão que estão fazendo.
Com a expulsão, eles ganhariam
a liberdade automaticamente, enquanto que, com a transferência
para o Canadá, David e Christine
deverão cumprir toda a pena de 28
anos. Mesmo que consigam a liberdade condicional, o que pode
ocorrer daqui a dois meses, continuarão a se reportar ao Serviço de
Correções periodicamente e não
poderão deixar o país.
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