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Sob protestos, vereadores aprovam troca de terreno
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal aprovou
ontem à noite um projeto da Prefeitura de São Paulo que é fundamental para que a gestão Marta
Suplicy (PT) consiga fechar suas
contas. O texto autoriza a troca de
um terreno da administração na
Vila Nova Conceição, onde funciona uma escola do governo estadual com quase 1.500 alunos,
por outra área perto da rodovia
Raposo Tavares.
Segundo a Folha apurou, o terreno que a prefeitura recebe, na
Raposo, será doado à Cohab, no
início de uma intrincada operação financeira que, no final, dará à
administração um crédito de R$
70 milhões.
Esse valor será utilizado para
cumprir compromissos de final
do mandato de Marta e permitir
que a prefeita cumpra os limites
previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Protestos
Como o terreno da Vila Nova
Conceição irá para um proprietário particular -o atual dono da
área próxima à Raposo-, a escola será transferida para outro local, segundo o governo estadual.
Por conta disso, cerca de 40 alunos, pais e professores foram à
Câmara ontem para protestar
contra a aprovação do projeto.
A escola tem 1.492 alunos e capacidade para 1.560, mas o governo estadual afirma que ela está
ociosa. A informação conta de
documento assinado pelo secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita.
Também houve protestos por
parte de vereadores. O projeto foi
aprovado por 30 votos a 11 -dois
a mais do que o necessário-,
mas outros seis parlamentares,
cinco do próprio PT e um do PSB,
decidiram não votar, para contestar o projeto na Justiça.
A vereadora Tita Dias (PT), que
não votou, afirmou ao microfone
que irá "à luta até o fim, na Justiça,
contra essa votação".
Segundo alguns parlamentares,
o terreno na Vila Nova Conceição
está subavaliado. O preço fixado
no projeto é de R$ 32 milhões,
mas corretores de imóveis afirmam que a área vale pelo menos
R$ 50 milhões.
Com a aprovação do projeto, o
único entrave para a conclusão da
operação vem da diretoria da Cohab, que resiste à idéia. Isso porque o negócio envolve títulos que
serão vendidos com deságio de
até 60%.
No momento em que o projeto
foi aprovado, a platéia começou a
cantar músicas ironizando os vereadores e a gritar contra alguns,
especialmente Claudete Alves
(PT). Ligada ao setor da educação, ela votou a favor da proposta.
Mais verba para gabinetes
Foi aprovado ontem um outro
projeto, do vereador Wadih Mutran (PP), que impede cortes na
verba dos 55 gabinetes.
O texto torna permanente uma
regra de transição da reforma administrativa da Câmara que mantém fora do limite de gastos de R$
70 mil por mês os salários dos
dois funcionários com maior remuneração. (PDL)
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