São Paulo, sábado, 24 de dezembro de 2005

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MUITO PASSEIO, POUCAS COMPRAS

"É o meu pior Natal em 35 anos", diz comerciante; lanches atraem turista

Reforma piora vendas no Mercadão

Fernando Donasci/Folha Imagem
Visitantes em barraca de frutas do Mercadão; segundo comerciantes, houve queda nas vendas


JOÃO FELLET
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem vê o Mercado Municipal Cantareira, no centro de São Paulo, cheio de gente às vésperas dos feriados de fim de ano imagina que os comerciantes estão comemorando. Pura ilusão. "É o meu pior Natal em 35 anos. As vendas caíram 70%", lamenta Antonio Pinheiro, dono de uma barraca de frutas no local.
Segundo Pinheiro, até alguns anos atrás, o período de festas costumava trazer multidões de compradores ao Mercadão. Hoje, "só tem turista passeando ou atrás de lanches", diz. O casal Wyran e Alessandra Medeiros se enquadra nesse perfil. Por que não compram nas barracas? "É caro", diz Alessandra.
Segundo o vice-presidente da Renome (associação dos comerciantes do Mercadão), Paulo Saporito, não há uma estatística precisa, mas, com exceção dos comerciantes de lanches, todos os outros tiveram queda nas vendas devido ao perfil do visitante, que mudou após as obras concluídas em agosto de 2004. Saporito diz que afugentou os antigos compradores, que desistiram de disputar espaço e vagas no estacionamento com os turistas. O comerciante afirma os planos de ampliar o estacionamento de 189 vagas foram abandonados.
Em março, o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, afirmou que a licitação para a construção de uma garagem subterrânea próxima ao Mercadão seria aberta ainda no primeiro semestre.
Segundo Matarazzo, o prazo não foi cumprido porque houve mudança na direção da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e porque são necessários estudos sobre a viabilidade da obra. A Emurb disse que a licitação será aberta no mês que vem.


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