|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUI COUTINHO (1912-2008)
A mãe não quis um filho Rui Barbosa
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Rui Barbosa, político brasileiro de fama internacional, estava, na época, em voga, e o pai não teve dúvidas
quanto ao nome do menino.
A mãe não quis. Esbravejou que de jeito nenhum um
filho seu seria chamado de
Rui Barbosa Coutinho. Chegaram, então, a um meio-termo: o garoto acabou registrado como Rui Coutinho, nome curto se comparado aos
quilométricos a que a família
estava então acostumada.
Nascido em Taquaritinga
(SP), Rui veio aos 12 a SP com
a mãe e os dois irmãos no dia
em que estourou a Revolução de 1924. O pai havia morrido, vítima de um câncer.
"Ele dizia lembrar do tio
indo buscá-los na estação, e a
cidade toda era um grande
tumulto", conta a filha Ivete.
Aos 20, outra revolução: a
Constitucionalista, de 1932.
Então escrivão por influência de um padrinho chefe de
polícia, alistou-se a um batalhão que dava apoio logístico
ao front. Nos bastidores, ficou amigo de Ibrahim Nobre, o tribuno da revolução.
Nos anos 50, aposentou-se
como funcionário do gabinete do então secretário da Segurança Pública de SP, Elpídio Reali. Depois, ainda trabalhou numa empresa de importação, dos primos.
Fanático por história do
Brasil, lia muito sobre o assunto. Nas entrevistas que
deu sobre a Revolução de 32,
sempre negou o caráter separatista do conflito.
Viúvo, morreu no sábado,
aos 96, em SP, de falência
múltipla dos órgãos. Deixa
três filhos e cinco netos.
obituario@grupofolha.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Presídios: Indulto vale para mães de deficientes Índice
|