São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

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RUI COUTINHO (1912-2008)

A mãe não quis um filho Rui Barbosa

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Rui Barbosa, político brasileiro de fama internacional, estava, na época, em voga, e o pai não teve dúvidas quanto ao nome do menino.
A mãe não quis. Esbravejou que de jeito nenhum um filho seu seria chamado de Rui Barbosa Coutinho. Chegaram, então, a um meio-termo: o garoto acabou registrado como Rui Coutinho, nome curto se comparado aos quilométricos a que a família estava então acostumada.
Nascido em Taquaritinga (SP), Rui veio aos 12 a SP com a mãe e os dois irmãos no dia em que estourou a Revolução de 1924. O pai havia morrido, vítima de um câncer.
"Ele dizia lembrar do tio indo buscá-los na estação, e a cidade toda era um grande tumulto", conta a filha Ivete.
Aos 20, outra revolução: a Constitucionalista, de 1932. Então escrivão por influência de um padrinho chefe de polícia, alistou-se a um batalhão que dava apoio logístico ao front. Nos bastidores, ficou amigo de Ibrahim Nobre, o tribuno da revolução.
Nos anos 50, aposentou-se como funcionário do gabinete do então secretário da Segurança Pública de SP, Elpídio Reali. Depois, ainda trabalhou numa empresa de importação, dos primos.
Fanático por história do Brasil, lia muito sobre o assunto. Nas entrevistas que deu sobre a Revolução de 32, sempre negou o caráter separatista do conflito.
Viúvo, morreu no sábado, aos 96, em SP, de falência múltipla dos órgãos. Deixa três filhos e cinco netos.

obituario@grupofolha.com.br


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