São Paulo, quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

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Indesejados, pernilongos rondam shopping de luxo em meio à correria de Natal

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

É verão, o calor estava ontem a 34C nos termômetros das margens do rio Pinheiros, e um visitante nada desejado rondava o shopping Cidade Jardim, o das lojas de luxo, e infernizava clientes e vendedores de grifes como Hermès, Chanel, Rolex e Louis Vuitton.
De nome grande e corpo pequeno, que não mede mais de alguns centímetros, o tormento dos consumidores classe AAA é o mosquito Culex quinquefasciatus, mais conhecido como pernilongo ou muriçoca.
Em meio ao corre-corre das compras de Natal, o mosquito era a conversa mais comum nas rodas de consumidoras. Com o tempo abafado e quente dos últimos dias, uma nuvem deles tem invadido as lojas e picado quem por ali passa.
Inspirado no Bal Harbour Shops de Miami, o Cidade Jardim é um modelo único entre os 50 shoppings de São Paulo, com corredores a céu aberto -daí a presença dos mosquitos. Fechados, outros centros da marginal, como o Eldorado, não têm o mesmo problema.
O assunto causa tanto constrangimento que os vendedores das grifes se recusam a falar, com receio de retaliação e de criar uma imagem negativa do shopping e espantar compradores. "Os clientes reclamam muito, principalmente no terraço do terceiro andar, que é mais aberto", diz Rose, da sorveteria Mil Frutas.
Pela proximidade da butique Daslu e do Iguatemi, que concentram a maior parte das marcas estrangeiras em São Paulo, em dois tempos a região do Cidade Jardim, shopping que chega a cobrar R$ 46 num ingresso de cinema, ganhou o apelido de "boca do luxo".
Diretora do shopping, Maria Luisa Pucci diz que a dedetização "já faz parte da rotina".
Estudo do Instituto de Ciências Biomédicas da USP revela que o rio Pinheiros é um dos ambientes preferidos pelo pernilongo por causa dos altos índices de poluição da água.
O problema da infestação é tanto que a prefeitura mantém um programa permanente de dedetização. Em nota, o Centro de Controle de Zoonoses, órgão da Secretaria Municipal da Saúde, diz que monitora semanalmente 54 pontos ao longo do rio Pinheiros, 27 em cada margem, com intervalo de um quilômetro.


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