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ROTA 101
Rota do litoral terá um radar a cada 10 km de rodovia
Previsão é que 408 equipamentos devam começar a multar infratores até abril
Há mais de dois anos
está suspensa boa parte
da fiscalização eletrônica nas rodovias federais,
por falta de contrato
ALENCAR IZIDORO
FERNANDO DONASCI
ENVIADOS ESPECIAIS À BR-101
O trecho da rodovia é crítico
em acidentes, mas a sinalização
em Casimiro de Abreu (RJ) parece ser um incentivo para os
motoristas infratores: "Radar
desligado". Em Abreu de Lima
(PE), uma placa faz questão de
alertar que, ali, a lombada eletrônica só fiscaliza das 5h às
22h -como se, de madrugada,
fosse liberado correr à vontade.
Os avisos reforçam a sensação de impunidade na BR-101
-que, na verdade, é maior, porque há mais de dois anos está
suspensa boa parte da fiscalização eletrônica nas rodovias federais, por falta de contrato.
O Dnit (departamento do governo federal que gerencia estradas) afirma que essa situação deve mudar até abril.
É só depois das férias de verão, mas, se a promessa sair do
papel, os motoristas que viajam
pelo principal caminho do litoral brasileiro terão suas infrações mais vigiadas do que em
grandes capitais do país.
Pela licitação lançada neste
semestre para contratar radares nas rodovias federais, a BR-101 ganhará 408 equipamentos
para multar quem exceder a velocidade ou quem ultrapassar
no semáforo vermelho em trechos urbanos da estrada.
Na média, dá praticamente
um aparelho para cada 10 km
de rodovia -contra a média de
1 para 23 km prevista no restante da malha federal e de 1 para 37 km a cargo da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na cidade de São Paulo.
Mesmo assim, não há garantia de que haverá mudanças no
trecho de Pernambuco onde a
sinalização anuncia a suspensão dos radares no fim da noite
e na madrugada. O Dnit diz que
esse horário de funcionamento
foi um pedido do Ministério
Público Federal, "para diminuir a incidência de assaltos".
O sentimento de impunidade
ocorre também pela falta de
policiais nas rodovias.
A Folha, que percorreu a
BR-101 de ponta a ponta nas últimas semanas, só foi abordada
uma única vez, após mais de
5.000 km rodados pelo país e
de ter atravessado dez Estados.
Essa abordagem não coube à
Polícia Rodoviária Federal,
mas à Polícia Militar da Paraíba, na região de Santa Rita.
No restante do trajeto pelo
litoral, a reportagem passou
diante de mais de 50 bases da
Polícia Rodoviária, mas somente em três havia fiscalização no lado de fora.
A carência de efetivo é reconhecida pela PRF. Levantamento da própria instituição
mostra que, de 1996 para cá, a
frota saltou mais de 100%, enquanto a quantidade de agentes teve aumento inferior a 1%.
O contingente de policiais
rodoviários federais hoje é de
9.300, mas há previsão legal de
que possa atingir 13.098.
Veja a cobertura completa
sobre a BR-101
www.folha.com.br/093511
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