São Paulo, quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

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ROTA 101

Rota do litoral terá um radar a cada 10 km de rodovia

Previsão é que 408 equipamentos devam começar a multar infratores até abril

Há mais de dois anos está suspensa boa parte da fiscalização eletrônica nas rodovias federais, por falta de contrato

ALENCAR IZIDORO
FERNANDO DONASCI
ENVIADOS ESPECIAIS À BR-101

O trecho da rodovia é crítico em acidentes, mas a sinalização em Casimiro de Abreu (RJ) parece ser um incentivo para os motoristas infratores: "Radar desligado". Em Abreu de Lima (PE), uma placa faz questão de alertar que, ali, a lombada eletrônica só fiscaliza das 5h às 22h -como se, de madrugada, fosse liberado correr à vontade.
Os avisos reforçam a sensação de impunidade na BR-101 -que, na verdade, é maior, porque há mais de dois anos está suspensa boa parte da fiscalização eletrônica nas rodovias federais, por falta de contrato.
O Dnit (departamento do governo federal que gerencia estradas) afirma que essa situação deve mudar até abril.
É só depois das férias de verão, mas, se a promessa sair do papel, os motoristas que viajam pelo principal caminho do litoral brasileiro terão suas infrações mais vigiadas do que em grandes capitais do país.
Pela licitação lançada neste semestre para contratar radares nas rodovias federais, a BR-101 ganhará 408 equipamentos para multar quem exceder a velocidade ou quem ultrapassar no semáforo vermelho em trechos urbanos da estrada.
Na média, dá praticamente um aparelho para cada 10 km de rodovia -contra a média de 1 para 23 km prevista no restante da malha federal e de 1 para 37 km a cargo da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na cidade de São Paulo.
Mesmo assim, não há garantia de que haverá mudanças no trecho de Pernambuco onde a sinalização anuncia a suspensão dos radares no fim da noite e na madrugada. O Dnit diz que esse horário de funcionamento foi um pedido do Ministério Público Federal, "para diminuir a incidência de assaltos".
O sentimento de impunidade ocorre também pela falta de policiais nas rodovias.
A Folha, que percorreu a BR-101 de ponta a ponta nas últimas semanas, só foi abordada uma única vez, após mais de 5.000 km rodados pelo país e de ter atravessado dez Estados.
Essa abordagem não coube à Polícia Rodoviária Federal, mas à Polícia Militar da Paraíba, na região de Santa Rita.
No restante do trajeto pelo litoral, a reportagem passou diante de mais de 50 bases da Polícia Rodoviária, mas somente em três havia fiscalização no lado de fora.
A carência de efetivo é reconhecida pela PRF. Levantamento da própria instituição mostra que, de 1996 para cá, a frota saltou mais de 100%, enquanto a quantidade de agentes teve aumento inferior a 1%.
O contingente de policiais rodoviários federais hoje é de 9.300, mas há previsão legal de que possa atingir 13.098.

Veja a cobertura completa sobre a BR-101

www.folha.com.br/093511


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