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Pai diz temer pelo estado psicológico do filho
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
David Goldman, seus parentes americanos e sua advogada
já se preocupam com a transição de Sean do verão do Rio de
Janeiro para o inverno rigoroso
de Tinton Falls, cidade de 20
mil habitantes no Estado de
Nova Jersey, a uma hora de
Manhattan, onde vive o pai do
garoto. Segundo a advogada de
David, Patricia Apy, psicólogos
especializados em crianças e
em situações similares à do menino foram acionados.
Em entrevistas à emissora de
TV norte-americana NBC anteontem, feitas antes e depois
de sair a decisão do STF, David
Goldman dissera que se preocupava com o estado psicológico do filho. "Eu não tenho ideia
do que eles estão colocando na
cabeça dele e isso é uma grande
preocupação, que me dói no coração a cada segundo", disse ele
do hotel do quarto onde se hospeda, no Rio de Janeiro, referindo-se aos parentes e à família brasileira do menino.
Ao saber da decisão favorável, David Goldman disse:
"Com essas novas decisões, esse país [o Brasil] terá um futuro
melhor se honrar a vigência da
lei ["rule of law", na fala original em inglês, pode ter essa tradução ou Estado de direito]".
A data exata da volta era o
ponto que mais preocupava.
"Quando vamos partir? Quando? Quando? Quando Sean e eu
conseguiremos ir para casa
juntos, como pai e filho?", perguntava David, na entrevista.
Segundo sua advogada, Patricia
Apy, que está em Nova Jersey, o
desejo era que Sean embarcasse ainda ontem.
"Nós já pedimos que a família
[ligada à mãe brasileira do menino] cumpra voluntariamente
a ordem do STF e colabore conosco para devolver Sean", disse ela, na mesma entrevista à
emissora de TV. "Se isso não
acontecer, esperamos que as
autoridades brasileiras tenham
sensibilidade e nos ajudem a
transportar Sean de volta aos
EUA". Segundo Apy, o pai só tomará esse passo se não houver
colaboração da família.
Em teleconferência realizada
na noite de terça-feira com repórteres baseados nos Estados
Unidos, o deputado Chris
Smith havia dito que até a Interpol tinha sido acionada preventivamente para evitar que o
garoto seja retirado do Brasil
por alguém que não o pai: "Nossa esperança é que, dada a proeminência dessa família [brasileira] nos círculos legais, é pouco provável que isso aconteça".
Ontem, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano disse que a chancelaria havia emitido nas últimas
24 horas um passaporte norte-americano para o menino.
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