São Paulo, quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

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Pai diz temer pelo estado psicológico do filho

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

David Goldman, seus parentes americanos e sua advogada já se preocupam com a transição de Sean do verão do Rio de Janeiro para o inverno rigoroso de Tinton Falls, cidade de 20 mil habitantes no Estado de Nova Jersey, a uma hora de Manhattan, onde vive o pai do garoto. Segundo a advogada de David, Patricia Apy, psicólogos especializados em crianças e em situações similares à do menino foram acionados.
Em entrevistas à emissora de TV norte-americana NBC anteontem, feitas antes e depois de sair a decisão do STF, David Goldman dissera que se preocupava com o estado psicológico do filho. "Eu não tenho ideia do que eles estão colocando na cabeça dele e isso é uma grande preocupação, que me dói no coração a cada segundo", disse ele do hotel do quarto onde se hospeda, no Rio de Janeiro, referindo-se aos parentes e à família brasileira do menino.
Ao saber da decisão favorável, David Goldman disse: "Com essas novas decisões, esse país [o Brasil] terá um futuro melhor se honrar a vigência da lei ["rule of law", na fala original em inglês, pode ter essa tradução ou Estado de direito]".
A data exata da volta era o ponto que mais preocupava. "Quando vamos partir? Quando? Quando? Quando Sean e eu conseguiremos ir para casa juntos, como pai e filho?", perguntava David, na entrevista. Segundo sua advogada, Patricia Apy, que está em Nova Jersey, o desejo era que Sean embarcasse ainda ontem.
"Nós já pedimos que a família [ligada à mãe brasileira do menino] cumpra voluntariamente a ordem do STF e colabore conosco para devolver Sean", disse ela, na mesma entrevista à emissora de TV. "Se isso não acontecer, esperamos que as autoridades brasileiras tenham sensibilidade e nos ajudem a transportar Sean de volta aos EUA". Segundo Apy, o pai só tomará esse passo se não houver colaboração da família.
Em teleconferência realizada na noite de terça-feira com repórteres baseados nos Estados Unidos, o deputado Chris Smith havia dito que até a Interpol tinha sido acionada preventivamente para evitar que o garoto seja retirado do Brasil por alguém que não o pai: "Nossa esperança é que, dada a proeminência dessa família [brasileira] nos círculos legais, é pouco provável que isso aconteça".
Ontem, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano disse que a chancelaria havia emitido nas últimas 24 horas um passaporte norte-americano para o menino.


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