São Paulo, sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

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Delegada é morta com 17 tiros pelo ex-namorado

Crime ocorreu durante a madrugada dentro do 1º distrito, em Guarulhos

Autor dos disparos foi expulso da Polícia Civil no último dia 9, mas utilizou no crime duas armas da instituição


ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

A delegada Denise Quioca, 28, foi morta na madrugada de ontem com ao menos 17 tiros disparados pelo ex-policial civil Fábio Agostino Macedo, 33, seu ex-namorado. O crime ocorreu por volta das 4h15 dentro do 1º DP de Guarulhos, onde ela trabalhava como plantonista com mais três policiais.
A policial já havia registrado queixa contra o ex, que foi expulso da polícia no dia 9.
Macedo, segundo o delegado Luiz Antônio Rebello da Silva, atirou contra a delegada porque não aceitava o fim do relacionamento, que durou quase nove anos. O ex-policial se entregou sem reação.
Ele não quis dar entrevista à Folha. Também não tinha advogado ontem.
O namoro terminou em janeiro, e Denise estava noiva, agora, de um oficial da PM. Em setembro passado, Macedo tinha provocado tumulto no mesmo DP quando a delegada não quis recebê-lo.

PREMEDITAÇÃO
O delegado Silva disse ainda que o ex-policial foi ao distrito premeditado a matar -apesar de ter afirmado que matou porque "deu um branco"-, pois havia levado com ele três pistolas.
"Ele é uma pessoa fria. Não demonstrou um pingo de arrependimento."
Antes de receber o ex-namorado, segundo os colegas, Denise colocou sua arma (uma pistola .40) entre a cadeira e a coxa direita. O ex-casal chegou a conversar por quase uma hora.
Oitos disparos, conforme a polícia, atingiram o braço da policial, quando ela tentava se defender-ele foi quebrado em várias partes. Dois tiros a acertaram no rosto e um dos disparos atingiu a parte de trás da cabeça.
Após atirar, o ex-policial levantou os braços e se entregou. "Não me mata que estou desarmado", disse Macedo, segundo os policiais.
Ainda de acordo com a polícia, Macedo foi expulso da instituição por abuso de poder, lesão corporal e porte ilegal de arma durante uma ocorrência policial em 2005.
Além disso, o ex-policial também respondia a inquérito na Corregedoria por ter ameaçado e agredido a delegada em setembro deste ano.
A família não quis falar.

Colaborou RAFAEL ITALIANI , do "Agora"


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