São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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TRANSPORTES

Tucano cede, e remuneração de operadores sobe 7,88% antes do prazo contratual; impacto será de R$ 15 milhões por mês

Serra antecipa reajuste a viação e perueiro

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo José Serra (PSDB) decidiu antecipar em dois meses os reajustes previstos em contrato aos perueiros e empresas de ônibus que operam em São Paulo.
Com a medida, a gestão tucana cede à pressão dos operadores e contém protestos que começavam a ser articulados em algumas garagens da rede de transporte.
A remuneração dos perueiros e viações saltou 7,88%. Com isso, haverá um impacto mensal de R$ 15 milhões nas contas do sistema.
O secretário dos Transportes, Frederico Bussinger, diz que, mesmo assim, não haverá aumento da tarifa de R$ 2 cobrada dos passageiros neste ano de eleições. Serra é cotado para ser candidato do PSDB à Presidência.
Pelas regras contratuais, os operadores só teriam direito a reajustes em março de 2006. A prefeitura, porém, fez um aditivo antecipando a correção para este mês.
O índice de 7,88% foi definido com base em uma cesta de índices que abrange, entre outros fatores, os reajustes dos salários e de insumos para operar os ônibus.
Os perueiros e as viações são remuneradas por cada passageiro que passa na catraca -inclusive os que fazem a baldeação gratuita permitida pelo bilhete único. Os valores variam em cada região da capital paulista. Para os perueiros, a média fica próxima a R$ 1.
Bussinger disse que decidiu antecipar os reajustes e ceder às reivindicações devido ao crescimento do preço do diesel no segundo semestre de 2005, além de outros insumos. A solicitação de aumento era feita por perueiros e empresas de ônibus desde outubro.
Para o secretário, as turbulências em algumas garagens são motivadas por problemas internos de transferência dos recursos nas cooperativas de perueiros. Ele diz que os pagamentos da prefeitura estão em dia e que a SPTrans (empresa municipal que cuida dos transportes) poderá repassar a remuneração diretamente a cada operador, e não mais às cooperativas, se isso for solicitado.
O impacto anual do novo reajuste é de R$ 180 milhões, valor que representa mais de 70% do total de subsídios programados ao bilhete único de R$ 3 integrado entre ônibus, metrô e trens.
Bussinger afirma que toda essa quantia será coberta apenas com redução de fraudes e ajustes.
Com a antecipação do reajuste, os contratos a partir de 2007 passarão a prever a correção sempre nos meses de janeiro.
Guilherme Corrêa, presidente da Transcooper, afirmou à Folha que a reivindicação da categoria era por um aumento da remuneração de 12%. "Aceitamos menos para sair um pouco do sufoco", disse ele, ressalvando ter um compromisso da gestão tucana de voltar a discutir os pagamentos ainda na metade deste ano.


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