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TRANSPORTES
Tucano cede, e remuneração de operadores sobe 7,88% antes do prazo contratual; impacto será de R$ 15 milhões por mês
Serra antecipa reajuste a viação e perueiro
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo José Serra (PSDB)
decidiu antecipar em dois meses
os reajustes previstos em contrato
aos perueiros e empresas de ônibus que operam em São Paulo.
Com a medida, a gestão tucana
cede à pressão dos operadores e
contém protestos que começavam a ser articulados em algumas
garagens da rede de transporte.
A remuneração dos perueiros e
viações saltou 7,88%. Com isso,
haverá um impacto mensal de R$
15 milhões nas contas do sistema.
O secretário dos Transportes,
Frederico Bussinger, diz que,
mesmo assim, não haverá aumento da tarifa de R$ 2 cobrada
dos passageiros neste ano de eleições. Serra é cotado para ser candidato do PSDB à Presidência.
Pelas regras contratuais, os operadores só teriam direito a reajustes em março de 2006. A prefeitura, porém, fez um aditivo antecipando a correção para este mês.
O índice de 7,88% foi definido
com base em uma cesta de índices
que abrange, entre outros fatores,
os reajustes dos salários e de insumos para operar os ônibus.
Os perueiros e as viações são remuneradas por cada passageiro
que passa na catraca -inclusive
os que fazem a baldeação gratuita
permitida pelo bilhete único. Os
valores variam em cada região da
capital paulista. Para os perueiros,
a média fica próxima a R$ 1.
Bussinger disse que decidiu antecipar os reajustes e ceder às reivindicações devido ao crescimento do preço do diesel no segundo
semestre de 2005, além de outros
insumos. A solicitação de aumento era feita por perueiros e empresas de ônibus desde outubro.
Para o secretário, as turbulências em algumas garagens são
motivadas por problemas internos de transferência dos recursos
nas cooperativas de perueiros. Ele
diz que os pagamentos da prefeitura estão em dia e que a SPTrans
(empresa municipal que cuida
dos transportes) poderá repassar
a remuneração diretamente a cada operador, e não mais às cooperativas, se isso for solicitado.
O impacto anual do novo reajuste é de R$ 180 milhões, valor
que representa mais de 70% do
total de subsídios programados
ao bilhete único de R$ 3 integrado
entre ônibus, metrô e trens.
Bussinger afirma que toda essa
quantia será coberta apenas com
redução de fraudes e ajustes.
Com a antecipação do reajuste,
os contratos a partir de 2007 passarão a prever a correção sempre
nos meses de janeiro.
Guilherme Corrêa, presidente
da Transcooper, afirmou à Folha
que a reivindicação da categoria
era por um aumento da remuneração de 12%. "Aceitamos menos
para sair um pouco do sufoco",
disse ele, ressalvando ter um compromisso da gestão tucana de voltar a discutir os pagamentos ainda
na metade deste ano.
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