São Paulo, sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

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ALÉM DAS PAREDES

Abandonada há 30 anos, mansão será reaberta

Obras de restauro revelam pinturas da época colonial

MARINA GAZZONI
TANIELE RUI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A casa pichada e com a parede deteriorada na rua Florêncio de Abreu, 111, vai se transformar em um espaço cultural até o final de 2008. Construída em 1878 e abandonada há mais de 30 anos, a antiga Residência de Marieta Teixeira de Carvalho é um dos sete prédios tombados em restauração entre os 98 visitados pela Folha.
O imóvel pertence ao mosteiro São Bento e as obras de restauração são financiadas pela Petrobras através da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. O projeto de restauro do arquiteto Affonso Risi Júnior prevê um espaço para concertos, recitais e exposições.
O trabalho começou com a pesquisa da artista plástica especializada em restauração Nilva Calixto. "A restauração é como a arqueologia, mas na vertical. Você "escava" a parede para descobrir todas as decorações pelas quais o edifício passou", compara.
A pesquisa revelou pinturas em formato de medalhões com estilo da época da colônia sob cinco camadas de tinta. "Encontrei uma obra mais antiga e valiosa sob a pintura de desenho repetitivo pela qual a casa foi tombada", comemora a restauradora.
A senzala no porão foi reformada para receber exposições. Originalmente com menos de um metro e meio de altura, precisou ter o solo escavado para melhorar a circulação das pessoas.
O segundo piso ainda não foi restaurado, mas suas paredes de taipa francesa já atraem estudantes de arquitetura interessados em conhecer a técnica. "É a única casa em taipa francesa que restou em São Paulo", explica a restauradora.
Encarregada da execução da obra, a arquiteta Olívia Hiss buscou referências em fotografias antigas para reconstituir as partes faltantes na decoração. Para ela, um dos diferenciais para garantir a qualidade da restauração é a contratação de mão-de-obra qualificada.


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