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ALÉM DAS PAREDES
Abandonada há 30 anos, mansão será reaberta
Obras de restauro revelam pinturas da época colonial
MARINA GAZZONI
TANIELE RUI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A casa pichada e com a parede deteriorada na rua Florêncio de Abreu, 111, vai se transformar em um espaço cultural
até o final de 2008. Construída
em 1878 e abandonada há mais
de 30 anos, a antiga Residência
de Marieta Teixeira de Carvalho é um dos sete prédios tombados em restauração entre os
98 visitados pela Folha.
O imóvel pertence ao mosteiro São Bento e as obras de
restauração são financiadas pela Petrobras através da Lei
Rouanet, de incentivo à cultura. O projeto de restauro do arquiteto Affonso Risi Júnior
prevê um espaço para concertos, recitais e exposições.
O trabalho começou com a
pesquisa da artista plástica especializada em restauração
Nilva Calixto. "A restauração é
como a arqueologia, mas na
vertical. Você "escava" a parede
para descobrir todas as decorações pelas quais o edifício passou", compara.
A pesquisa revelou pinturas
em formato de medalhões com
estilo da época da colônia sob
cinco camadas de tinta. "Encontrei uma obra mais antiga e
valiosa sob a pintura de desenho repetitivo pela qual a casa
foi tombada", comemora a restauradora.
A senzala no porão foi reformada para receber exposições.
Originalmente com menos de
um metro e meio de altura,
precisou ter o solo escavado
para melhorar a circulação das
pessoas.
O segundo piso ainda não foi
restaurado, mas suas paredes
de taipa francesa já atraem estudantes de arquitetura interessados em conhecer a técnica. "É a única casa em taipa
francesa que restou em São
Paulo", explica a restauradora.
Encarregada da execução da
obra, a arquiteta Olívia Hiss
buscou referências em fotografias antigas para reconstituir as
partes faltantes na decoração.
Para ela, um dos diferenciais
para garantir a qualidade da
restauração é a contratação de
mão-de-obra qualificada.
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