São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍCIA
Envolvidos com venda de supostos dados de declarações de contribuintes participam de acareação
Suspeito buscava dados atuais da Receita

JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local

Jefferson Festa Perez, flagrado vendendo um banco de dados que a polícia acredita ser da Receita Federal, admitiu ontem ter procurado o comerciante José Adriano Pires em busca de uma atualização do CD que já possuía com as supostas informações das declarações de Imposto de Renda de 17 milhões de contribuintes.
No depoimento que tinha dado à polícia, Perez omitiu o nome do comerciante. Para explicar a origem dos dados que oferecia por R$ 4.000, apontou o analista Carlos Alberto Rodrigues da Silva como fornecedor e interessado nos dados atualizados.
Ele manteve a acusação contra o analista em uma acareação ontem dos três suspeitos de venda ilegal de dados da Receita -Perez, o comerciante Pires e Silva.
Perez também confirmou ter visto os dados de contribuintes na empresa de Pires, que nega.
Antes da acareação, só Silva, que também nega ter vendido os dados da Receita, e um amigo dele sustentavam o envolvimento do comerciante no caso.
Eles tinham dito que foram levados por Perez à empresa do comerciante em busca de um cadastro para mala-direta. Lá, viram os dados de contribuintes.
"Meu cliente viu que os dados aparentavam conter informações ilegais (a renda de contribuintes) e não comprou o cadastro", disse o advogado de Silva, Marco Aurélio Germano de Lemos.
Perez não explicou à polícia o que ocorreu após ter visto o suposto banco de dados da Receita na empresa do comerciante Pires.
Apesar de os três suspeitos terem sido confrontados ontem, a polícia ainda não descobriu como os dados podem ter vazados da Receita. "Eles estão protegendo o real fornecedor", disse o delegado Manoel Adamuz Neto, que investiga o caso.
Na apuração, também é investigado o vazamento de dados da Telefônica, da Telemar, do Rio, pois Prez também vendeu banco de dados das empresas.
A polícia espera que laudos que serão feitos pelo IC (Instituto de Criminalística), a partir da perícia de materiais apreendidos com os suspeitos, dêem pistas sobre a origem dos dados.


Texto Anterior: Morre pintor surrealista austríaco
Próximo Texto: Medicamentos: Mais 15 laboratórios são processados
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.