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Polícia quer elucidar crimes com prisão de traficante
Tuchinha é apontado como o chefe do tráfico de drogas no morro da Mangueira
"É uma pessoa que tem muitas contas a prestar no Rio", disse o secretário de Segurança. O traficante foi preso em Aracaju (SE)
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
Com a prisão de Francisco
Testas Monteiro, o Tuchinha,
43, apontado como o chefe do
tráfico no morro da Mangueira,
a polícia pretende elucidar outros crimes no Rio. O chefe de
operações do 17º DP (São Cristóvão), Marco Antônio Carvalho, planeja ouvi-lo amanhã.
"Com a prisão dele no Rio de
Janeiro, nós temos condições
de elucidar uma série de outros
eventos. É uma pessoa que tem
muitas contas a prestar no
Rio", disse o secretário de Segurança José Mariano Beltrame,
na sede da Polícia Federal no
Rio, no sábado à noite.
O secretário elogiou a integração das polícias Civil e Federal e disse que pretende continuar a parceria para prender
outros criminosos do Rio que
estão escondidos no Nordeste.
Tuchinha estava foragido
desde dezembro do ano passado, quando a 36ª Vara Criminal
expediu um mandado de prisão
contra ele, com base nas investigações da 17º DP de que ele
seria o chefe do tráfico na Mangueira (zona norte). Há ainda
sete mandados de prisão contra
outros supostos traficantes.
Carvalho acredita que com a
prisão de Tuchinha, a polícia
consiga chegar até eles.
Tuchinha foi encontrado no
sábado de manhã numa casa de
praia em Aracaju (SE) com a
mulher, Ana Cláudia Pereira de
Carvalho, a Gracinha, e com
uma filha de três anos. A casa,
alugada no nome dele, tinha
piscina, três quartos, TV de
plasma e também dois carros
na garagem.
Fernando Moraes, titular da
DAS (Divisão Anti-Seqüestro),
da Polícia Civil, foi informado
sobre o local onde Tuchinha estava e pediu apoio da Polícia
Federal para prendê-lo em Aracaju. A polícia estava seguindo
Ana Cláudia para chegar até ao
traficante. A mulher passou por
São Paulo antes de chegar a
Aracaju na sexta-feira.
A DAS acompanhava as investigações sobre Tuchinha
desde que ele foi seqüestrado
em fevereiro de 2007. Ele estava em liberdade condicional
desde julho de 2006, depois de
cumprir 17 anos dos 43 a que foi
condenado pela Justiça por
dois homicídios.
Tuchinha está preso em Bangu 1. Na viagem para o Rio em
um vôo comercial, no sábado à
tarde, ele disse a policiais que
queria largar o tráfico e se de
dedicar à carreira de sambista.
Com o nome artístico de
Francisco do Pagode, Tuchinha
é um dos compositores dos
sambas-enredo deste ano da
Mangueira e das escolas Lins
Imperial e Paraíso do Tuiuti.
Em janeiro, a polícia descobriu uma passagem secreta no
camarote da quadra da Mangueira, que dava acesso ao morro. Ela seria usada como rota de
fuga para o traficante. A direção
da escola de samba nega qualquer vínculo com o tráfico.
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