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São Paulo
Mocidade Alegre é campeã pela sétima vez
Escola superou a Vai-Vai -vencedora em 2008- por apenas meio ponto, repetindo a disputa acirrada do ano passado
Unidos do Peruche e Nenê de Vila Matilde foram rebaixadas, dando espaço para Águia de Ouro e Imperador do Ipiranga
Zanone Fraissat/ Folha Imagem
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Festa na quadra da Mocidade Alegre, campeã do Carnaval de 2009 em SP após superar a Vai-Vai por meio ponto; entre as novidades da escola neste ano estava a bateria em forma de coração flechado
DANIEL BERGAMASCO
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um desfile luxuoso sobre o coração, a Mocidade Alegre foi a campeã do Carnaval de
São Paulo deste ano após superar a Vai-Vai por apenas meio
ponto. As duas escolas, assim,
repetiram a disputa voto a voto
do ano passado, quando a segunda venceu no desempate
pela nota de "harmonia".
A vitoriosa deste ano fez um
desfile perto da perfeição técnica, com 359,25 pontos em 360
possíveis. Só perdeu o primeiro
dez no penúltimo quesito,
"evolução", no qual tirou 9,75
duas vezes. O último jurado de
"alegoria" também penalizou a
escola com 0,25 ponto, mas evitou o empate ao tirar meio ponto da Vai-Vai.
Foi a sétima vitória da Mocidade no Grupo Especial -a
mais recente havia acontecido
em 2007. Terceira escola a desfilar no sábado, era tida como
uma das favoritas pelo enredo
"Da Chama da Razão ao Palco
das Emoções... Sou Máquina,
Sou Vida... Sou Coração Pulsando Forte na Avenida!!!".
Entre outras surpresas, a
equipe de bateria tomou forma
de um coração flechado. "Só
ensaiei a coreografia 15 dias antes do desfile para evitar espiões", contou Marcos Rezende, o mestre Sombra.
Rezende assistiu à apuração
abraçado a Solange Bichara,
presidente da escola, que tinha
nas mãos um terço enrolado a
uma corrente com o brasão da
Mocidade. "O coração não é só
o tema da nossa escola. Ele está
a mil e mostra que a força da
união faz uma escola ser campeã", disse ela após o resultado.
Na leitura das notas, como de
costume, ela rezava e sussurrava: "Dez, dez, dez!".
Na mesa ao lado, diretores da
Vai-Vai faziam mais barulho a
cada boa nota. O grupo mais
exaltado era o da Império de
Casa Verde, que acabou em
quinto lugar (356,50), atrás da
Rosas de Ouro (358,25) e da
Gaviões da Fiel (358).
Um integrante da Casa Verde
jogou uma cadeira em direção
ao palco do Sambódromo. Ao
microfone para receber o troféu de quinto colocado do prefeito Gilberto Kassab (DEM), o
diretor Junior Marques disse
que a organização do Carnaval
pela Liga e pela Superliga é
"menos do que amadora".
Superliga é uma dissidência
da Liga das Escolas de Samba
de São Paulo, formada em novembro por seis das 14 escolas
do Grupo Especial e algumas
do Grupo de Acesso. As decisões sobre o Carnaval são feitas
em acordo com as duas.
A Unidos do Peruche e a Nenê de Vila Matilde foram rebaixadas ao Grupo de Acesso. Já a
Águia de Ouro e a Imperador
do Ipiranga, primeira e segunda colocadas nessa categoria,
desfilarão pelo Grupo Especial
no ano que vem.
Susto
A festa da Mocidade Alegre,
no fim da tarde de ontem, foi
antecedida por um pequeno
susto na quadra da escola, na
zona norte da capital. Juarez da
Cruz, 78, um dos fundadores e
presidente de honra da escola,
passou mal durante a apuração
e chegou a desmaiar. Uma ambulância levou Juarez à Santa
Casa, segundo a presidente da
escola, onde ele recebeu atendimento médico.
A avenida onde fica a quadra
foi tomada por uma multidão
-a maioria não conseguiu entrar. Houve empurra-empurra.
A PM estimou que 6.000 pessoas estavam na via. De acordo
com Solange Bichara, o barracão comporta 3.000 pessoas.
Por volta das 19h10, o troféu
de campeã chegou ao galpão
-e, por volta das 20h, a bateria
da escola ocupou a avenida.
Ao ser questionada sobre
quanto foi investido no Carnaval deste ano, Solange respondeu: "Não sei, ainda não fiz a
conta". E brincou: "Vocês adoram perguntar sobre dinheiro.
Não têm nenhum pra mim?".
Colaborou ALESSANDRA BALLES , da Redação
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