São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Corregedora cai após crise na Polícia Civil Secretário decide exonerar delegada por causa de vídeo em que equipe subordinada a ela deixa escrivã nua Caso ocorreu em junho de 2009, mas a sua revelação irritou parte dos delegados e até o governador Alckmin ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO Após a crise causada na Polícia Civil de São Paulo pela divulgação de vídeo em que uma escrivã é despida à força por integrantes da Corregedoria, o secretário de Estado da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, exonerou ontem a delegada Marina Inês Trefiglio Valente do posto de corregedora-geral. Maria Inês havia sido nomeada para o cargo pelo próprio Ferreira Pinto, em março de 2009. Foi a primeira mulher na história da Polícia Civil paulista a chefiar o órgão. O delegado Délio Marcos Montrezoro, que cuidava de processos administrativos na Corregedoria, comandará provisoriamente o órgão. Maria Inês ficará na Delegacia Geral Adjunta à espera de uma nova função. "Saio de cabeça erguida, com a certeza de que fiz um trabalho justo. Será melhor para mim e minha família", afirmou. Em junho de 2009, a escrivã foi alvo de ação da Corregedoria-Geral no 25º DP (Parelheiros) sob suspeita de cobrar R$ 200 para favorecer suspeito de portar munição. O vídeo em que delegados subordinados a Maria Inês aparecem tirando à força a calça e a calcinha da escrivã foi divulgado há uma semana -desde então, a delegada sempre defendeu a equipe. A escrivã foi expulsa da polícia e tenta reverter a decisão. A Justiça ainda vai julgar a acusação de concussão. CRISE O caso abriu uma crise na polícia. Na segunda-feira, após classificar o episódio como "grave", o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e Ferreira Pinto afastaram três dos quatro delegados envolvidos diretamente na revista. Na quarta-feira, durante a reunião semanal do Conselho da Polícia Civil, Maria Inês foi pressionada a deixar o cargo por 5 dos 23 delegados da cúpula da instituição. A Folha apurou que a insatisfação atingiu o próprio Ferreira Pinto, responsável por colocar a Corregedoria sob o comando direto da secretaria, em agosto de 2009. "Desde a vinda da Corregedoria para o gabinete, houve um salto de qualidade. Vamos seguir na mesma linha. A Corregedoria tem aprimorado os trabalhos e, ao contrário do que foi dito, sempre atuou com imparcialidade." Ele negou qualquer tipo de pressão política para a saída de Maria Inês. "Ela saiu por causa da gravidade dos fatos que envolveram a operação contra a escrivã. Nada mais." Apesar da crise aberta na Polícia Civil, ele também rejeitou estar pressionado. "Eu não sofro nenhum tipo de pressão aqui e não tenho porque sair também", afirmou. Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Saiba mais: Vídeo chegou ao secretário no final de 2010 Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |