São Paulo, domingo, 25 de março de 2001

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Maior parte dos lesionados são industriários

DA REPORTAGEM LOCAL

O setor campeão em acidentes de trabalho é a indústria de transformação, seguido do setor madeireiro, da agroindústria e da construção civil.
Dos 378.365 mil acidentes registrados pelo Ministério do Trabalho em 1999, 44,16% ocorreram no setor industrial.
A redução dos acidentes observada no país desde 1997 não vem ocorrendo de forma homogênea nos diversos segmentos de atividade econômica.
A queda no número de ocorrências desse tipo passou de 207.394, em 1997, para 167.090, em 1999. No setor de serviços, além de o índice de redução ter sido menor (de 162.975 para 158.739), algumas atividades registraram aumento expressivo de acidentes.
Um exemplo é o que vem ocorrendo com os trabalhadores das áreas de saúde e serviços sociais, cujos lesionados saltaram de 15.082 para 18.651, entre 1997 e 1999. Essa tendência de crescimento também está entre os trabalhadores de educação. Em ambos os casos, os servidores públicos não estão incluídos porque não são atendidos pelo INSS.
Para o médico do trabalho Hermano Albuquerque, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o aumento nas estatísticas na área da saúde deve-se ao aumento do registro das ocorrências.
Fiscais do Ministério do Trabalho, no entanto, dizem que tanto profissionais da saúde como os da educação enfrentam jornadas triplas de trabalho e são expostos à situação de extremo estresse.
Essa tendência de queda também não é constante nas diferentes regiões do país. No Centro-Oeste, por exemplo, a curva estatística dos acidentes é ascendente. Em alguns Estados, como Pará e Tocantins, e o Distrito Federal a situação se repete.
Isso porque o retrato das ocorrências no Norte é distorcido em razão de alguns Estados (Acre, Roraima, Amapá e Rondônia) não contarem com um único auditor fiscal com atuação em saúde e segurança no trabalho. Ou seja: o nível de fiscalização é praticamente inexistente. (GA)


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