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São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

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SEGURANÇA

Acusado de atentado violento ao pudor também deverá pagar multa de 150 salários mínimos; defesa recorrerá da decisão

Médico é condenado a 124 anos de prisão

DO "AGORA"

O médico Eugenio Chipkevitch, de 48 anos, foi condenado ontem a 124 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de uma multa de 150 salários mínimos.
A sentença foi dada pelo juiz Marcelo Semer, da 10ª Vara Criminal. Chipkevitch é acusado pelos crimes de atentado violento ao pudor e corrupção de menores, além de, segundo a polícia, ter fotografado e filmado cenas de sexo explícito envolvendo crianças ou adolescentes, o que é proibido pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Apesar da condenação a 124 anos de prisão, pela Justiça brasileira o acusado deverá permanecer no máximo 30 anos.
O caso foi descoberto no ano passado, quando uma emissora de TV exibiu imagens do médico abusando sexualmente de pacientes menores, que estariam sob efeito de sedativos.
As imagens estavam em fitas de vídeo encontradas em uma caçamba de lixo nos Jardins. Após a exibição das cenas, Chipkevitch foi preso, em 21 de março. De acordo com a polícia, o pediatra aparece nos vídeos abusando de 35 adolescentes.
A secretária de Chipkevitch identificou sete pessoas. Segundo a polícia, a imagem mais antiga seria de agosto de 1995.
As acusações contra o pediatra chocaram profissionais que trabalham com adolescentes. O médico é referência nacional e internacional na área, autor de livros e artigos e conhecido pela maioria dos especialistas do setor.
Nascido na Ucrânia, o pediatra é naturalizado brasileiro. Ele é divorciado e pai de um filho adotivo de dez anos.
Otavio Augusto Rossi Vieira, advogado constituído pelo acusado, disse que irá recorrer da condenação e que aguarda o julgamento de um pedido de habeas corpus apresentado ao Superior Tribunal de Justiça.
Ele e o outro advogado do médico, Paulo Sérgio Leite Fernandes, foram afastados do caso pela Justiça por não terem apresentado as alegações finais da defesa.
Vieira afirma que eles se recusaram a fazê-lo porque o juiz negou à defesa inúmeros pedidos -o da realização de um exame mais detalhado das fitas de vídeo, o da convocação das vítimas e o da oitiva (audiência) do delegado que presidiu o inquérito.
O pediatra está na carceragem do 13º Distrito Policial, na Casa Verde, num local especial para presos com nível superior, e divide a cela com o médico Farah Jorge Farah, acusado de esquartejar uma mulher.


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