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SEGURANÇA
Acusado de atentado violento ao pudor também deverá pagar multa de 150 salários mínimos; defesa recorrerá da decisão
Médico é condenado a 124 anos de prisão
DO "AGORA"
O médico Eugenio Chipkevitch,
de 48 anos, foi condenado ontem
a 124 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de uma
multa de 150 salários mínimos.
A sentença foi dada pelo juiz
Marcelo Semer, da 10ª Vara Criminal. Chipkevitch é acusado pelos crimes de atentado violento ao
pudor e corrupção de menores,
além de, segundo a polícia, ter fotografado e filmado cenas de sexo
explícito envolvendo crianças ou
adolescentes, o que é proibido pelo ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
Apesar da condenação a 124
anos de prisão, pela Justiça brasileira o acusado deverá permanecer no máximo 30 anos.
O caso foi descoberto no ano
passado, quando uma emissora
de TV exibiu imagens do médico
abusando sexualmente de pacientes menores, que estariam sob
efeito de sedativos.
As imagens estavam em fitas de
vídeo encontradas em uma caçamba de lixo nos Jardins. Após a
exibição das cenas, Chipkevitch
foi preso, em 21 de março. De
acordo com a polícia, o pediatra
aparece nos vídeos abusando de
35 adolescentes.
A secretária de Chipkevitch
identificou sete pessoas. Segundo
a polícia, a imagem mais antiga
seria de agosto de 1995.
As acusações contra o pediatra
chocaram profissionais que trabalham com adolescentes. O médico é referência nacional e internacional na área, autor de livros e
artigos e conhecido pela maioria
dos especialistas do setor.
Nascido na Ucrânia, o pediatra
é naturalizado brasileiro. Ele é divorciado e pai de um filho adotivo
de dez anos.
Otavio Augusto Rossi Vieira,
advogado constituído pelo acusado, disse que irá recorrer da condenação e que aguarda o julgamento de um pedido de habeas
corpus apresentado ao Superior
Tribunal de Justiça.
Ele e o outro advogado do médico, Paulo Sérgio Leite Fernandes, foram afastados do caso pela
Justiça por não terem apresentado as alegações finais da defesa.
Vieira afirma que eles se recusaram a fazê-lo porque o juiz negou
à defesa inúmeros pedidos -o da
realização de um exame mais detalhado das fitas de vídeo, o da
convocação das vítimas e o da oitiva (audiência) do delegado que
presidiu o inquérito.
O pediatra está na carceragem
do 13º Distrito Policial, na Casa
Verde, num local especial para
presos com nível superior, e divide a cela com o médico Farah Jorge Farah, acusado de esquartejar
uma mulher.
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