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ADMINISTRAÇÃO
Juiz entendeu que mudanças na lei são inconstitucionais; prefeitura aguarda ser notificada para recorrer
Liminar suspende novo ISS para advogados
DA REPORTAGEM LOCAL
A OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, seção de São Paulo) obteve na Justiça uma liminar
que suspende o aumento do ISS
(Imposto sobre Serviços) cobrado
pela Prefeitura de São Paulo. A
decisão beneficia cerca de 80 mil
advogados representados pela
instituição.
A mudança aprovada pela Câmara Municipal aumenta o ISS
anual de autônomos de R$ 202,54
para R$ 600. No caso de sociedades, o aumento é de R$ 202,54 para R$ 1.200 por profissional. Pela
liminar, o valor volta a ser R$
202,54 para ambos os casos.
O juiz federal Renato Barth Pires, da 20ª Vara Federal, entendeu
que as alterações introduzidas na
lei são inconstitucionais. Não há,
por exemplo, uma base de cálculo
adequada para sustentar a tributação diferenciada.
Segundo Carlos Miguel Aidar,
presidente da OAB-SP, as pequenas sociedades, que compõe cerca
de 90% dos escritórios de São
Paulo, tornaram-se inviáveis,
pois, em vez de dividir custos, a
união aumenta despesas.
Essa é a segunda liminar concedida contra a prefeitura. Na primeira quinzena deste mês, o Sindhosp (Sindicato dos Hospitais,
Clínicas e Laboratórios do Estado
de São Paulo) conseguiu na Justiça a redução de R$ 1.200 para R$
600 no valor do ISS pago por um
grupo de associados da entidade.
A decisão beneficia cerca de 70 laboratórios e clínicas.
Segundo a Secretaria Municipal
dos Negócios Jurídicos, a prefeitura ainda não foi notificada das
decisões. O recurso será estudado
quando o órgão tiver conhecimento oficial da sentença. Na
próxima segunda-feira, cerca de
15 entidades, como a OAB-SP, o
Sindhosp e a Associação Paulista
de Medicina, promoverão um ato
em frente ao Sescon (Sindicato
das Empresas de Serviços Contábeis), na av. Tiradentes, nº 960,
centro, às 15h, contra a nova lei.
Arrecadação
A estimativa da prefeitura era
que a arrecadação com o novo ISS
triplicasse neste ano, em relação a
2002. Além de advogados, médicos e economistas sofreram reajustes que elevaram de 107,3% a
até 492,5% o valor do imposto
que, segundo a prefeitura, estava
defasado e colocava a cidade entre
as capitais do país que cobravam
menos ISS.
Reajustes de alíquotas também
foram aplicados para bingos, de
5% para 10%, e financeiras, de 5%
para 6%. Shoppings e hospitais,
entre outros, ficam com a responsabilidade de reter e recolher o ISS
de alguns serviços que contratam.
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