São Paulo, domingo, 25 de março de 2007

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País conta com seis hospitais entre os melhores do mundo

Três instituições de SP, duas do Rio e uma de Porto Alegre receberam o principal certificado internacional de saúde

Processo dura em média dois anos e analisa centenas de itens, com foco na assistência e na segurança dos pacientes

Fernando Donasci/Folha Imagem
Paciente no hospital Albert Einstein, que recebeu 3 vezes o selo da Joint Commission International, entidade que certifica serviços de saúde em mais de 60 países

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Seis hospitais brasileiros, sendo dois públicos, conquistaram a principal certificação de saúde do mundo, o selo da Joint Commission International (JCI), entidade norte-americana que certifica serviços de saúde em mais de 60 países.
Nos EUA, os pacientes usam esse selo como parâmetro ao escolher um hospital. O processo de certificação dura em média dois anos.
São avaliadas centenas de itens, como o prontuário do doente e a capacitação de funcionários. O serviço é reavaliado a cada três anos.
O principal diferencial em relação a outras certificações é o foco na assistência e na segurança dos pacientes, não se limitando ao parque tecnológico.
O hospital Albert Einstein, de São Paulo, foi a primeira instituição fora dos EUA a obter o título da JCI, em 1999, e foi recertificado três vezes.
Também conquistaram o selo o Hospital do Coração (HCor) e o Samaritano, de São Paulo, o Moinhos de Vento, de Porto Alegre, e dois hospitais públicos do Rio, HemoRio e o Instituto de Traumatologia e Ortopedia.
Ainda foram certificadas três unidades ambulatoriais da Amil. O hospital Sírio Libanês (SP) está entre os cinco que devem obter o selo até dezembro.
Uma das metas da acreditação é reduzir o número de mortes. Nos EUA, estima-se que 100 mil pessoas morram por ano por erros de medicação.

Mudanças
Para atingir essa meta, os hospitais passam por grandes mudanças. No HCor, por exemplo, os psicotrópicos, drogas mais envolvidas em erros, ficam em um cofre. Só pessoas autorizadas têm a senha, e o lote é checado a cada plantão.
"Não dá para facilitar. É preciso ter toda a documentação sobre o medicamento", explica Pedro Mathiasi Neto, vice-diretor médico do HCor.
Ainda para evitar erros de medicação, o HCor, o Samaritano, o Einstein e o Moinhos de Vento informatizaram todo o processo de prescrição, alguns com o uso de palm tops.
O remédio já sai personalizado na farmácia do hospital, com o nome do paciente, posologia, horários etc. No leito, a enfermagem checa todos os dados. No Einstein e no Samaritano, os pacientes usam pulseiras com um código de barras onde as informações são rechecadas.

Local errado
Evitar a operação de membros errados é outra preocupação. No Einstein, os pacientes chegam ao centro cirúrgico com o local da cirurgia já demarcado.
"O médico checa, o enfermeiro pergunta e o paciente informa. Isso garante que o paciente certo seja submetido à cirurgia certa, no local certo", diz Claudio Lottenberg, presidente do hospital.
Essa situação parece incomum, mas não é. Em 2006, do total de eventos que acabaram em morte ou lesões sérias nos hospitais americanos, 13,1% foram cirurgias em local errado.


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