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Alunos de Sete Barras têm provas todo mês, reforço e apostilas de rede privada
Raimundo Paccó/Folha Imagem
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Alunos de Sete Barras (interior de SP), cidade considerada um dos exemplos em educação pelo MEC
FÁBIO TAKAHASHI
ENVIADO ESPECIAL A SETE BARRAS (SP)
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SUD MENUCCI
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Fatores que parecem simples, mas ausentes em boa parte das redes públicas do país, levaram a rede municipal de Sete
Barras (251 km de SP) a ser
considerada um dos exemplos
pelo MEC. Avaliação dos alunos, recuperação, material didático organizado e formação
dos professores são as ações
apontadas pelos educadores locais como a explicação para os
bons resultados.
Os alunos da cidade, de cerca
de 15 mil habitantes, fazem
provas mensalmente e passam
por avaliação semestral da prefeitura. Os exames buscam
diagnosticar as dificuldades
dos estudantes para que, em seguida, sejam formadas turmas
para reforço escolar.
Nas últimas férias de janeiro,
por exemplo, foi montado um
grupo de estudantes da terceira
série para receber aulas extras
para melhorar a escrita. Há ainda a recuperação durante o ano.
Para organizar o conteúdo a
ser ensinado, a prefeitura optou por um sistema polêmico, o
de apostilas feitas por um grupo privado (Objetivo). Parte
dos educadores do país afirma
que o sistema massifica o ensino e prejudica uma formação
mais humanista dos alunos.
"Antes, cada professor definia o que ia ensinar. Agora, está
tudo organizado", diz a secretária da Educação, Edna Kabata.
Outro ponto destacado pela
secretária é a formação dos
professores -os 78 docentes da
rede possuem nível superior.
"Aqui não tem invenção. É
giz e lousa, mas tudo está organizado", diz a diretora da escola
Durval de Castro, Ena Maria de
Morais. A unidade, ainda sem
laboratório de informática, teve notas na quarta série superiores aos da oitava do sistema
estadual de São Paulo, em português, na Prova Brasil 2005
(exame do governo federal).
Aluno da quarta série, Vinicius Fujimoto, 10, afirma que
não tem problemas para acompanhar as aulas. Mas conta que
precisa se dedicar. "Temos bastante lição de casa. Quando não
fazemos, levamos bronca."
Para evitar que os professores tenham muitas faltas, a prefeitura adotou um bônus que é
pago de acordo com a assiduidade do docente. No ano passado, os que não faltaram nenhuma vez chegaram a ganhar quatro salários extras.
Os professores ganham cerca
de R$ 1.000 mensais, sem contar as gratificações.
Sud Menucci
Em Sud Menucci (614 km de
SP), outra cidade listada pelo
MEC, uma torre de 40 metros
permite aos moradores o acesso gratuito à internet banda larga via rádio. A cidade tem 7.714
habitantes. "Longe de tudo",
conforme a própria secretária
da Educação, Sandra Muniz, a
cidade, "com a internet, pôde se
abrir para o mundo".
Ontem à tarde, na escola municipal Professor Victor Pandilha, 22 alunos do ensino fundamental navegavam na rede
orientados por uma professora.
Em 2001, 14,1% dos habitantes de Sud Menucci eram analfabetos. Hoje, são 7,25% (a
maioria tem mais de 50 anos).
A prefeitura buscou convênios com faculdades da região
para incentivar a presença dos
jovens em cursos técnicos e
universitários. Para freqüentar
as aulas, o aluno recebe auxílio
de 50% da mensalidade (divididos entre município e a entidade), mais transporte.
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