ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Contra gripes, resfriados, complicações intestinais ou qualquer outra enfermidade, dona Adenir Aparecida Ariki indicava à família sua água.
Muito religiosa, Denir, como era chamada, assim que ficava sabendo de alguém doente, costumava ir a Jambeiro, a 120 km de São Paulo, pedir a um padre que benzesse suas garrafas pet. Para ela, aquela água "santa" era capaz de espantar todos os males.
Nascida em Iracemápolis (SP), a filha de trabalhadores rurais chegou pequena à capital. No fim dos anos 60, aos 20 anos, casou-se com o amor de sua vida, o descendente de japoneses Tadashi Ariki, mais conhecido como seu Roberto.
Ele foi dono de um depósito de materiais de construção, dirigiu ônibus e se aposentou como funcionário da Volkswagen. Já Denir, por longos anos, trabalhou numa creche e numa fábrica de lãs.
Recentemente, o casal passou a fazer algo que adorava: figuração. Apareciam abrindo geladeiras em propagandas das Casas Bahia, agindo como pessoas comuns em novelas do SBT e integrando a plateia do programa de Roberto Justus. Evidentemente, ela fazia a família toda assisti-la na TV.
Até os filhos que vivem no Japão acompanhavam os pais na televisão -um deles não via a mãe pessoalmente há mais de uma década. No meio do ano, ela planejava visitar os três filhos que moram fora.
Denir morreu na sexta, aos 61, devido a um tumor, deixando viúvo, seis filhos e nove netos. A missa de sétimo dia será amanhã, às 19h, na igreja N. Sra. das Mercês, em SP.

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