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TRADIÇÃO
Uma das principais opções de lazer da cidade de São Paulo, o parque estaria enfrentando dificuldades financeiras
Simba Safari fecha as portas após 30 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
O Simba Safari, no Jabaquara
(zona sul de São Paulo), anuncia
hoje o fim de suas atividades.
Uma das mais tradicionais atrações turísticas da cidade funcionará até a próxima segunda-feira.
Fundado há 30 anos, o Simba
registrou público de 8,5 milhões
de visitantes ao longo da sua história. A nota oficial de fechamento não explica o motivo, apenas
diz que o parque "se vê obrigado a
encerrar suas atividades".
A Folha apurou que o diretor
do Simba Safari, Francisco Luiz
Galvão, negociava com o Grupo
Playcenter a venda de parte dos
animais do parque.
Segundo a assessoria de imprensa do Playcenter, o grupo estava interessado em algumas espécies, que poderiam ser transferidas para uma nova atração que
será construída em Vinhedo (79
km a noroeste de São Paulo).
A empresa, no entanto, adiou o
fechamento do negócio, comunicando que poderia fazê-lo somente no segundo semestre de 2002.
De acordo com a assessoria de
imprensa, o anúncio do fim do
Simba Safari pegou a diretoria do
Playcenter de surpresa.
A negociação do parque com o
grupo é antiga. Os entendimentos
começaram em 1996. Na época,
Galvão já reclamava de dificuldades financeiras no Simba Safari.
A Folha procurou Galvão ontem, mas não conseguiu localizá-lo. A reportagem tentou entrevistar também o diretor do Zoológico, André Luiz Perondini, e o secretário estadual dos Esportes e
Turismo, Marcos Arbaitman. A
área do Simba Safari, de 100 mil
m2, foi arrendada do Zoológico,
que pertence ao Estado.
Arbaitman não pôde responder
aos telefonemas porque está nos
Estados Unidos e só deve chegar
hoje. A assessoria de imprensa de
Perondini afirmou que o diretor
só se pronunciará após Galvão fazer o mesmo, o que acontece hoje.
Caçador
O parque foi fundado por Galvão, um apaixonado por bichos e
caça em safáris africanos. Filho de
Paulo Corrêa Galvão, banqueiro e
um dos sócios do extinto Banco
do Comércio e Indústria de São
Paulo, ele abriu o parque com os
leões, em 1971.
Logo após a inauguração, a atração virou sucesso na cidade. A
partir daí, foi crescendo e adquirindo outros animais. Hoje, são
cerca de 300, entre leões, antílopes, zebras e tigres, entre outros.
Em novembro do ano passado,
o parque apresentou três tigres siberianos (dois machos e uma fêmea) nascidos no próprio Simba.
A espécie sofre risco de extinção.
O parque anunciou, em março
do ano passado, o nascimento de
32 novos filhotes -11 de macacos-pregos, um de macaco-aranha, 11 de veados e nove de emas.
O segredo e a diferença do Simba Safari em relação aos outros
parques do gênero é o fato de os
animais ficarem soltos em sua
área. A visita é feita de carro.
Nos tempos áureos, o Simba Safari era visitado por cerca de 40
mil pessoas por mês. Os visitantes
eram convidados a percorrer a
trilha do parque em jipes, acompanhados de monitores armados.
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