São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2001

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TRADIÇÃO

Uma das principais opções de lazer da cidade de São Paulo, o parque estaria enfrentando dificuldades financeiras

Simba Safari fecha as portas após 30 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Simba Safari, no Jabaquara (zona sul de São Paulo), anuncia hoje o fim de suas atividades. Uma das mais tradicionais atrações turísticas da cidade funcionará até a próxima segunda-feira.
Fundado há 30 anos, o Simba registrou público de 8,5 milhões de visitantes ao longo da sua história. A nota oficial de fechamento não explica o motivo, apenas diz que o parque "se vê obrigado a encerrar suas atividades".
A Folha apurou que o diretor do Simba Safari, Francisco Luiz Galvão, negociava com o Grupo Playcenter a venda de parte dos animais do parque.
Segundo a assessoria de imprensa do Playcenter, o grupo estava interessado em algumas espécies, que poderiam ser transferidas para uma nova atração que será construída em Vinhedo (79 km a noroeste de São Paulo).
A empresa, no entanto, adiou o fechamento do negócio, comunicando que poderia fazê-lo somente no segundo semestre de 2002. De acordo com a assessoria de imprensa, o anúncio do fim do Simba Safari pegou a diretoria do Playcenter de surpresa.
A negociação do parque com o grupo é antiga. Os entendimentos começaram em 1996. Na época, Galvão já reclamava de dificuldades financeiras no Simba Safari.
A Folha procurou Galvão ontem, mas não conseguiu localizá-lo. A reportagem tentou entrevistar também o diretor do Zoológico, André Luiz Perondini, e o secretário estadual dos Esportes e Turismo, Marcos Arbaitman. A área do Simba Safari, de 100 mil m2, foi arrendada do Zoológico, que pertence ao Estado.
Arbaitman não pôde responder aos telefonemas porque está nos Estados Unidos e só deve chegar hoje. A assessoria de imprensa de Perondini afirmou que o diretor só se pronunciará após Galvão fazer o mesmo, o que acontece hoje.

Caçador
O parque foi fundado por Galvão, um apaixonado por bichos e caça em safáris africanos. Filho de Paulo Corrêa Galvão, banqueiro e um dos sócios do extinto Banco do Comércio e Indústria de São Paulo, ele abriu o parque com os leões, em 1971.
Logo após a inauguração, a atração virou sucesso na cidade. A partir daí, foi crescendo e adquirindo outros animais. Hoje, são cerca de 300, entre leões, antílopes, zebras e tigres, entre outros.
Em novembro do ano passado, o parque apresentou três tigres siberianos (dois machos e uma fêmea) nascidos no próprio Simba. A espécie sofre risco de extinção.
O parque anunciou, em março do ano passado, o nascimento de 32 novos filhotes -11 de macacos-pregos, um de macaco-aranha, 11 de veados e nove de emas.
O segredo e a diferença do Simba Safari em relação aos outros parques do gênero é o fato de os animais ficarem soltos em sua área. A visita é feita de carro.
Nos tempos áureos, o Simba Safari era visitado por cerca de 40 mil pessoas por mês. Os visitantes eram convidados a percorrer a trilha do parque em jipes, acompanhados de monitores armados.


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