São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

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Insulina inalável começa a ser vendida no país no dia 11

O medicamento pode ser adotado por pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2

Tratamento que dispensa a agulha é mais caro do que o convencional e pode ser usado em conjunto com a insulina injetável

CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir do próximo dia 11, os diabéticos podem optar pelo uso da insulina em forma inalável, que passará a ser comercializada no país pela Pfizer.
Com a vantagem de evitar as injeções, o produto chega com preço pouco acessível. Considerando uma dose média de 13 miligramas/dia, o tratamento custa aproximadamente R$ 450 por mês.
"Se pegar uma insulina de qualidade equivalente injetável, vai custar metade desse preço", diz o endocrinologista e diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes Domingos Malerbi.
Aprovada em junho passado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a insulina inalável tem o nome comercial Exubera.
Pode ser adotada como tratamento único ou em conjunto com a insulina injetável por pacientes com diabetes tipo 1 ou 2. Deve ser administrada cerca de 10 minutos antes das refeições e tem ação rápida.
Apesar do preço, Malerbi vê outras vantagens na forma inalável, além da dispensa do uso de agulha, como transporte mais fácil e menor constrangimento na hora da aplicação.
A insulina inalável é contra-indicada para quem fuma ou tem doenças pulmonares, incluindo a asma.
Os possíveis efeitos colaterais são: hipoglicemia (evento adverso mais comum no uso de insulina também injetável), tosse leve e pequena alteração na função pulmonar.
A insulina básica ou padrão é distribuída gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas nem todos os pacientes se adaptam bem a ela.

Pesquisa
Uma pesquisa promovida pela Sociedade Brasileira de Diabetes, Unifesp e Fiocruz-BA, com o apoio do laboratório Pfizer, apontou que 75% dos diabéticos no Brasil não têm a doença sob controle.
Envolvendo 6.700 pacientes de dez cidades de todas as regiões do país, foi o primeiro grande estudo brasileiro sobre controle glicêmico. Em comparação com outros países, o Brasil ficou em segundo lugar, só perdendo para a Tunísia, no descontrole glicêmico dos diabéticos. O Quênia tem 61% dos pacientes com controle inadequado e a Alemanha, 40%.
O levantamento apontou ainda que, entre as complicações crônicas, 45% dos pacientes têm problemas de visão, 44% desenvolvem neuropatias (alterações nervosas) e 16% apresentam alteração das funções renais.


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