São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

Próximo Texto | Índice

Bebê sobrevive após ser arrastado por carro em fuga

Ladrões levaram Gabriel por 500 m em uma cadeirinha presa ao cinto de segurança

Mãe saía de casa com o filho, em Maceió, quando foi abordada por assaltantes, que partiram com o carro antes de ela retirar a criança

José Feitosa/"Gazeta de Alagoas"
Gabriel, de 4 meses, e sua mãe; bebê foi arrastado por 500 metros

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

O bebê Gabriel, de três meses, foi arrastado por cerca de 500 metros dentro de uma cadeirinha presa ao cinto de segurança de um carro roubado em Maceió (AL), na noite de quinta-feira. Ele sobreviveu.
O bebê sofreu pequenas escoriações no braço e na perna esquerda. Ele foi atendido na Santa Casa de Misericórdia e recebeu alta ontem, por volta de meio-dia, após ser submetido a uma tomografia.
De acordo com a polícia, por volta das 19h30 a mãe e o bebê estavam saindo de casa, no bairro Ponta Verde, em um Renault Clio de quatro portas quando foram abordados por três rapazes armados. O trio anunciou o assalto e ordenou que deixassem o carro.
Renata Dowel, mãe de Gabriel, tentou pela porta traseira do lado esquerdo do carro puxar a criança pela cadeirinha em que ela estava acomodada, no banco de trás do carro. A cadeira, no entanto, ficou enganchada pelo cinto de segurança.
Um dos assaltantes assumiu a direção e disparou com o carro em alta velocidade, arrastando a cadeirinha, que estava no lado de fora do carro, com a porta fechada.
Segundo testemunhas, a mãe ficou desesperada ao ver o filho ser levado pelos três ladrões.
A criança foi puxada por cerca de 500 metros pela rua Lourenço Melo da Silva e pela avenida Professor Sandoval Arroxelas, em um bairro de classe média alta da cidade.
Pedestres e motoristas tentaram avisar os assaltantes. Muitos buzinaram e outros tentavam fazer sinais, mas os criminosos pararam apenas na avenida Álvaro Otacílio, na orla da capital alagoana. Eles abandonaram o carro e fugiram a pé.
Nenhum dos assaltantes havia sido preso ontem.
De acordo com o delegado Alcides Andrade, da Delegacia de Roubo e Furtos de Veículos, é comum o roubo de carros na região. Para Andrade, o bebê não sofreu mais lesões pois a área tem trânsito muito intenso, o que dificultou que os assaltantes percorressem uma distância maior.

Cadeirinha
O caso ocorrido em Maceió lembra o do garoto João Hélio Fernandes Vieites, que morreu aos seis anos no Rio de Janeiro após também ser arrastado preso pelo cinto de segurança do carro por mais de sete quilômetros por criminosos, em fevereiro de 2007.
João Hélio estava no carro com a mãe, uma amiga e a irmã de 13 anos.
Diferentemente de João Hélio, o bebê de Maceió estava na cadeirinha, que, segundo o pediatra da Santa Casa de Misericórdia Oscar de Andrade, suportou o seu peso, evitando que ele sofresse lesões mais graves.
Ainda ontem, a cadeirinha usada por Gabriel estava na delegacia, danificada pelo atrito com o asfalto e apresentando marcas de sangue da criança.
De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, nenhum dos familiares quer falar sobre o caso.


Próximo Texto: Walter Ceneviva: Ética da política ao direito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.