São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 2000


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ABASTECIMENTO
A partir da próxima quinta-feira, 3 milhões de pessoas enfrentarão o primeiro rodízio de água desde 1998
Racionamento atinge mais de 400 bairros

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) anunciou ontem a programação para o racionamento de água que começa no dia 1º de junho em mais de 400 bairros das zonas sul e sudoeste da capital. Cada casa ficará um dia sem e dois com água.
A Sabesp dividiu a área do rodízio em três setores, de acordo com o sistema de distribuição -que não coincide com a divisão geográfica. Isso significa que, em um mesmo bairro, o racionamento pode atingir ruas diferentes em dias alternados.
Em caso de dúvida, é possível ligar para o telefone 195, e, dando o endereço exato, saber o dia em que faltará água.
Este será o primeiro racionamento de água na cidade de São Paulo desde 1998, quando o governo anunciou o fim do rodízio, uma das promessas de campanha do governador Mário Covas.
A justificativa oficial para o atual racionamento são índices de chuva abaixo do normal nos meses de março e abril. O último rodízio causado por estiagem foi em 94, mas só começou em outubro e atingiu 1,5 milhão de pessoas.
Neste ano, cerca de 3 milhões de moradores serão afetados, em razão da queda na produção do sistema de abastecimento do Guarapiranga, que opera hoje com 45% da sua capacidade normal.
A meta da Sabesp é economizar 9.000 litros por segundo durante o racionamento. Se isso não acontecer, a companhia deverá intensificar o rodízio e a falta de água poderá durar mais que um dia.
Não há previsão para o fim do racionamento, ele vai durar até que chova, segundo a Sabesp. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a previsão para os próximos quatro meses é de mais estiagem.
Os moradores das áreas de rodízio devem armazenar em caixas-d'água o suficiente apenas para o consumo de um dia na casa.
Não é aconselhável comprar tonéis ou guardar por um período maior, porque, quando fica parada por um certo tempo, a água se deteriora -o cloro que a protege de microorganismos evapora- e ela passa a ser um ambiente propício para mosquitos que podem causar doenças como dengue.
Além disso, o racionamento existe para forçar uma economia, o que não acontecerá se as pessoas começarem a estocar grandes quantidades de água.

Sem greve
Os funcionários da Sabesp decidiram, ontem, não entrar em greve, mesmo não tendo recebido nenhuma contraproposta às suas reivindicações.



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