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ABASTECIMENTO
A partir da próxima quinta-feira, 3 milhões de pessoas enfrentarão o primeiro rodízio de água desde 1998
Racionamento atinge mais de 400 bairros
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo) anunciou ontem a
programação para o racionamento de água que começa no dia 1º
de junho em mais de 400 bairros
das zonas sul e sudoeste da capital. Cada casa ficará um dia sem e
dois com água.
A Sabesp dividiu a área do rodízio em três setores, de acordo com
o sistema de distribuição -que
não coincide com a divisão geográfica. Isso significa que, em um
mesmo bairro, o racionamento
pode atingir ruas diferentes em
dias alternados.
Em caso de dúvida, é possível ligar para o telefone 195, e, dando o
endereço exato, saber o dia em
que faltará água.
Este será o primeiro racionamento de água na cidade de São
Paulo desde 1998, quando o governo anunciou o fim do rodízio,
uma das promessas de campanha
do governador Mário Covas.
A justificativa oficial para o
atual racionamento são índices de
chuva abaixo do normal nos meses de março e abril. O último rodízio causado por estiagem foi em
94, mas só começou em outubro e
atingiu 1,5 milhão de pessoas.
Neste ano, cerca de 3 milhões de
moradores serão afetados, em razão da queda na produção do sistema de abastecimento do Guarapiranga, que opera hoje com 45%
da sua capacidade normal.
A meta da Sabesp é economizar
9.000 litros por segundo durante
o racionamento. Se isso não acontecer, a companhia deverá intensificar o rodízio e a falta de água
poderá durar mais que um dia.
Não há previsão para o fim do
racionamento, ele vai durar até
que chova, segundo a Sabesp. De
acordo com o Inmet (Instituto
Nacional de Meteorologia), a previsão para os próximos quatro
meses é de mais estiagem.
Os moradores das áreas de rodízio devem armazenar em caixas-d'água o suficiente apenas para o
consumo de um dia na casa.
Não é aconselhável comprar tonéis ou guardar por um período
maior, porque, quando fica parada por um certo tempo, a água se
deteriora -o cloro que a protege
de microorganismos evapora- e
ela passa a ser um ambiente propício para mosquitos que podem
causar doenças como dengue.
Além disso, o racionamento
existe para forçar uma economia,
o que não acontecerá se as pessoas começarem a estocar grandes quantidades de água.
Sem greve
Os funcionários da Sabesp decidiram, ontem, não entrar em greve, mesmo não tendo recebido
nenhuma contraproposta às suas
reivindicações.
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