DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Luiz Fux, 50, foi agredido por dois assaltantes armados que invadiram seu apartamento, em Copacabana (zona sul do Rio), na noite de sexta-feira. Ferido na face, na cabeça, no ouvido, nos braços e no joelho direito por golpes de marreta, Fux foi internado no hospital Copa D'Or. Ele não corre risco de morte e deve ter alta hoje.
A violência no Rio também vitimou, no fim da noite de anteontem, a estudante de direito Cíntia de Araújo Lima dos Santos, 27, morta por um tiro de fuzil disparado por traficantes que faziam uma falsa blitz em uma rua de Ramos (zona norte) próxima ao complexo de favelas do Alemão.
Os criminosos dispararam quando o motorista do carro em que estava Santos, Edson Raimundo, não obedeceu à ordem de parar. Ele e outra passageira, Márcia Iracema Corrêa, também foram atingidos, sem gravidade.
Apesar dos dois novos episódios, o secretário de Segurança, Anthony Garotinho, anunciou de manhã, em seu programa na rádio Carioca, que as ocorrências de vários crimes caíram em abril deste ano, em relação ao mesmo mês do ano passado.
O presidente do STJ, ministro Nilson Naves, disse que a agressão a Fux foi "mais um ato de violência como tantos outros ocorridos no Rio". Naves afirmou que só "a união de esforços de todas as autoridades" poderá "devolver a tranquilidade e a paz" à cidade.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, divulgou ontem uma nota lamentando a agressão. De acordo com Thomaz Bastos, a agressão mostra como é "difícil a luta contra a violência e o crime nas nossas cidades".
A polícia atribui o assalto a uma quadrilha de quatro jovens de classe média especializada em arrombamento de cofres. O grupo está sendo procurado.
Enquanto dois dos assaltantes renderam o porteiro, às 21h, os outros dois entraram em quatro apartamentos do edifício. O ministro do STJ foi surpreendido quando chegava em casa, onde estavam a filha Marianna, 21, o filho Rodrigo, 19, e a mulher, Eliane. Lutador de jiu-jitsu, Fux reagiu aos criminosos. Sua filha foi agredida com tapas no rosto.
Em seu programa, Garotinho disse que "a polícia está retomando todo o controle da situação e vai vencer a luta contra o crime".
Segundo ele, os homicídios dolosos caíram de 666 ocorrências em abril de 2002 para 585 em abril deste ano, os latrocínios caíram de 29 para 14 e os roubos e furtos de veículos, de 5.329 para 4.660. Subiram os mortos em confronto com a polícia -de 70 para 125-, tratados por Garotinho como "marginais" e "bandidos".
Ele respondeu ao secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, que disse que os policiais têm um "kit assassino" -armas e drogas- para incriminar pessoas mortas. "Os bandidos também têm um kit assassino só para matar o policial inocente que está defendendo a população", afirmou.

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