São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

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Estudo aponta efeitos colaterais em medicamento para colesterol

DA REPORTAGEM LOCAL

Estudo divulgado ontem pela Associação Americana do Coração aponta que o remédio Crestor, usado para controle do colesterol, "tem o pior perfil de risco" em relação a outros medicamentos da família das estatinas -todos vendidos no Brasil.
O artigo, publicado no jornal "Circulation", uma das publicações de maior renome na área de cardiologia, relaciona o uso do Crestor a problemas renais e musculares que demandaram internação. Porém, ressalta que os riscos "são pequenos".
No texto, o pesquisador Richard Karas, da Tuft University e o principal autor do estudo, afirma que, embora a rosuvastatina (princípio ativo do Crestor) tenha se revelado menos segura do que as outras, isso não quer dizer que os pacientes devam parar imediatamente de tomar a droga.
"De maneira geral, os riscos apresentados pela rosuvastatina são pequenos e as pessoas que tomam esse medicamento devem conversar com seu médico antes de decidir parar ou não de tomá-lo", afirmou Karas.
As informações contidas no artigo contrariam um parecer do FDA (agência americana regulamentadora de fármacos e alimentos], de março último, que diz que o Crestor não apresenta um risco maior de toxicidade muscular em relação às outras estatinas registradas.
"No que tange à toxicidade renal, não existe evidência convincente de que apresente um risco de grave comprometimento renal", diz um trecho do parecer do FDA disponível na internet.

"Análise equivocada"
Em nota divulgada ontem à imprensa, a AstraZeneca, fabricante do medicamento, informou que a análise é incompleta e equivocada, além de se basear em notificações de eventos adversos feitas até setembro do ano passado.
"A AstraZeneca sustenta totalmente a segurança e a eficácia de Crestor quando o produto é utilizado de acordo com as recomendações da bula", diz a nota.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há nenhuma nova recomendação em relação ao uso da droga.
Segundo a AstraZeneca, o remédio tem cerca de 21 milhões de prescrições e mais de 4,7 milhões de pacientes em tratamento.
O Crestor foi responsável por uma receita de US$ 908 milhões em 2004 no mundo todo e é uma das principais estatinas junto com o Lipitor (Pfizer), Zocor (Merck) e Pravachol (Bristol-Myers Squibb).


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