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Estudo aponta efeitos colaterais
em medicamento para colesterol
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudo divulgado ontem pela
Associação Americana do Coração aponta que o remédio Crestor, usado para controle do colesterol, "tem o pior perfil de risco"
em relação a outros medicamentos da família das estatinas -todos vendidos no Brasil.
O artigo, publicado no jornal
"Circulation", uma das publicações de maior renome na área de
cardiologia, relaciona o uso do
Crestor a problemas renais e musculares que demandaram internação. Porém, ressalta que os riscos "são pequenos".
No texto, o pesquisador Richard
Karas, da Tuft University e o principal autor do estudo, afirma que,
embora a rosuvastatina (princípio ativo do Crestor) tenha se revelado menos segura do que as
outras, isso não quer dizer que os
pacientes devam parar imediatamente de tomar a droga.
"De maneira geral, os riscos
apresentados pela rosuvastatina
são pequenos e as pessoas que tomam esse medicamento devem
conversar com seu médico antes
de decidir parar ou não de tomá-lo", afirmou Karas.
As informações contidas no artigo contrariam um parecer do
FDA (agência americana regulamentadora de fármacos e alimentos], de março último, que diz que
o Crestor não apresenta um risco
maior de toxicidade muscular em
relação às outras estatinas registradas.
"No que tange à toxicidade renal, não existe evidência convincente de que apresente um risco
de grave comprometimento renal", diz um trecho do parecer do
FDA disponível na internet.
"Análise equivocada"
Em nota divulgada ontem à imprensa, a AstraZeneca, fabricante
do medicamento, informou que a
análise é incompleta e equivocada, além de se basear em notificações de eventos adversos feitas até
setembro do ano passado.
"A AstraZeneca sustenta totalmente a segurança e a eficácia de
Crestor quando o produto é utilizado de acordo com as recomendações da bula", diz a nota.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária),
não há nenhuma nova recomendação em relação ao uso da droga.
Segundo a AstraZeneca, o remédio tem cerca de 21 milhões de
prescrições e mais de 4,7 milhões
de pacientes em tratamento.
O Crestor foi responsável por
uma receita de US$ 908 milhões
em 2004 no mundo todo e é uma
das principais estatinas junto com
o Lipitor (Pfizer), Zocor (Merck) e
Pravachol (Bristol-Myers
Squibb).
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