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Policiais feridos em atentados dizem não receber assistência do governo
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos cinco policiais
militares permanecem hospitalizados por causa dos ataques
do PCC, iniciados no dia 12.
A ação dos criminosos deixou
28 policiais feridos, sendo 22
militares e seis civis. Além dos
cinco internados, dez já se recuperam em casa. Ontem, não
havia informação dos outros
sete, segundo a Polícia Militar.
Sobre a situação dos policiais
civis, a Secretaria da Segurança
Pública não tinha dados.
A Associação de Funcionários da Polícia Civil do Estado
de São Paulo afirma que os feridos não estão recebendo assistência do Estado. "Ninguém recebeu ajuda", diz a presidente,
Lucy Lima Santos.
Policiais confirmam que não
têm recebido auxílio do governo e dizem se sentir frustrados
por não terem nem apoio moral
dos seus superiores. Um dos feridos, que pediu para não ser
identificado, conta que, após
ter alta do hospital, agora paga
os remédios com dinheiro do
próprio bolso. "Viramos alvos
por sermos policiais e temos de
arcar sozinhos com a conseqüência. Não acho justo."
O major Sérgio Olímpio, da
Associação de Oficiais da Polícia Militar de São Paulo, conta
que os policiais militares feridos na capital foram encaminhados para o hospital da PM.
Já os do interior acabaram
atendidos em suas cidades.
Decepção
Primeiro ferido pelo PCC, o
capitão André Luiz de Oliveira,
40, passou por uma cirurgia em
Avaré, onde foi baleado na perna, e agora se recupera em casa.
Quando foi atingido, o capitão
não imaginava que uma guerra
entre polícia e bandido estava
começando. Era fim da tarde do
dia 12 quando foi ajudar a controlar uma rebelião no presídio
de Avaré -de onde Marcola
(Marcos Willians Herbas Camacho), o líder da facção, havia
sido transferido um dia antes.
Acabou sendo atingido por
um disparo. Passou por uma cirurgia e apenas anteontem deixou o hospital.
"Nunca tinha sido baleado
em 20 anos de polícia. Mas a
gente sempre está preparado
por causa do risco da profissão.
Não fiquei com receio de voltar
ao trabalho", conta.
Decepcionado, diz que não
recebeu nenhum telefonema
dos seus chefes. "Pude contar
com a ajuda da minha família e
dos meus amigos. Só deles."
A PM informou, via assessoria de imprensa, que todos os
policiais feridos receberam assistência.
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