São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2007

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Foco

Porquinho mascote se transforma em porcão e divide a vizinhança

Danilo Verpa/Folha Imagem
Sueli Almeida, 41, e seu potbellied Pitt, 3, brincam no apartamento, na rua da Consolação


DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele chegou discreto, "era lindo, uma bolinha" e, de "tão fofo", ganhou o nome de Pitt. Referência a Brad Pitt.
Logo nos primeiros meses de vida, o porquinho de estimação de Sueli Almeida, diretora artística do Via Funchal e dona das aspas acima, transformou-se no xodó do Jardim Paulista, bairro nobre da zona oeste de São Paulo, e chegou a brilhar em programas de TV, como o "Fantástico", e em reportagens de jornal.
Pois três anos se passaram e o porquinho virou um porcão. Enorme. A dona diz não saber seu peso, mas conta: "Ele estava muito gordo, agora emagreceu porque eu estou controlando a comida". Além de fazer dieta, Pitt, da raça potbellied, corre diariamente pela rua Bela Cintra.
No ziguezague de todas as manhãs, as reações se alternam. "Ele está chique hoje!", grita a vendedora de uma loja de tintas. "Me chama para a feijoada!", diz o motorista de uma camionete, para quem Sueli fecha a cara.
"O xixi desse porco tem um cheiro horrível. Os taxistas da rua da Consolação são os que mais sofrem", diz a promotora Patrícia Aude, moradora do bairro. "Com o sol, o cheiro fica forte", diz o taxista Raimundo Tito. "Mas não ligo para o porco. Pior são as madames que não limpam a sujeira dos cachorros", reclama Raimundo.
O Centro de Controle de Zoonoses diz que a criação de porcos dentro da cidade é proibida, mas que, se for apenas um, não há problema. "O porco transmite doenças, assim como o cachorro, mas menos que os gatos", diz o veterinário Silvio Borges, que trabalha na Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo.
No apartamento da dona, Pitt vive em uma casinha só dele, com cobertor. Faz três refeições ao dia. Adora frutas, especialmente tangerina. Toma banho com xampu infantil, vez ou outra no banheiro de hóspedes. Os namorados de Sueli reclamam. "Eles ficam com ciúmes, é claro. Dou mais atenção para o Pitt!"
Mais: a empresária tem 650 miniaturas de porcos. Tatuou um porquinho na perna. E, contrariando evidências, não é palmeirense.


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