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Aeroporto no Rio fica mais caro para manter vista
Custo da obra no Santos Dumont foi 24% acima do previsto
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto de modernização
do aeroporto Santos Dumont,
localizado na região central do
Rio de Janeiro, saiu 24% mais
caro do que o previsto, para
permitir a vista de alguns dos
destaques da paisagem carioca,
como a baía de Guanabara e o
Pão de Açúcar.
O contrato para a obra foi assinado em 2003, com o valor de
R$ 269 milhões, mas o montante subiu para R$ 334 milhões
em razão das adaptações exigidas principalmente pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) e pelo
Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional).
Segundo o arquiteto responsável pelo projeto, Sérgio Jardim, depois do incêndio no aeroporto, no final da década de
90, o estilo arquitetônico do
prédio original foi recuperado
em uma reforma.
"Após a reforma, ele foi tombado. A vista se tornou então
um fator determinante na concepção do novo terminal. As
novas edificações surgiram no
entorno do prédio", disse.
O objetivo da reforma é atender o aumento da demanda
prevista de passageiros na ponte aérea. Desde 2004, os demais
vôos que partem do Rio foram
transferidos para o aeroporto
internacional Tom Jobim.
Atualmente, o movimento no
Santos Dumont é da ordem de
3,5 milhões de passageiros/ano. A Infraero, estatal que administra o aeroporto, estima
que esse número chegue a 8 milhões de passageiros em 2015.
O aeroporto opera ainda vôos
regionais e executivos.
A preservação da vista incluiu a alteração de um telhado
coberto para um teto de vidro
temperado belga na área das
salas de embarque. O vidro evita a transmissão de calor e permite a quem está no prédio antigo ver a baía de Guanabara.
Somente as estruturas metálicas e o vidro nessa área resultaram em um aumento de R$
30 milhões no orçamento, segundo o engenheiro responsável pela obra, Carlos Roberto
Silva. O consórcio responsável
pela execução das obras é formado por Odebrecht, Carioca e
Construcap.
A modernização do aeroporto incluiu a construção de um
novo terminal de 29 mil metros
quadrados para o embarque de
passageiros. A estimativa de
Silva é que as obras sejam concluídas até novembro. A partir
de amanhã, o aeroporto vai
operar com quatro fingers, corredor que liga a sala de embarque ao avião. O número deve
subir para cinco durante o Pan.
O projeto original incluía a
construção simultânea de uma
garagem subterrânea para até
2.400 vagas. A licitação, entretanto, não avançou e há risco de
falta de vagas.
A construção do novo terminal deverá interferir também
no acesso viário ao aeroporto.
Haverá mudança de fluxo e
alargamento de algumas ruas.
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