São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2007

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Aeroporto no Rio fica mais caro para manter vista

Custo da obra no Santos Dumont foi 24% acima do previsto

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto de modernização do aeroporto Santos Dumont, localizado na região central do Rio de Janeiro, saiu 24% mais caro do que o previsto, para permitir a vista de alguns dos destaques da paisagem carioca, como a baía de Guanabara e o Pão de Açúcar.
O contrato para a obra foi assinado em 2003, com o valor de R$ 269 milhões, mas o montante subiu para R$ 334 milhões em razão das adaptações exigidas principalmente pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) e pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Segundo o arquiteto responsável pelo projeto, Sérgio Jardim, depois do incêndio no aeroporto, no final da década de 90, o estilo arquitetônico do prédio original foi recuperado em uma reforma.
"Após a reforma, ele foi tombado. A vista se tornou então um fator determinante na concepção do novo terminal. As novas edificações surgiram no entorno do prédio", disse.
O objetivo da reforma é atender o aumento da demanda prevista de passageiros na ponte aérea. Desde 2004, os demais vôos que partem do Rio foram transferidos para o aeroporto internacional Tom Jobim. Atualmente, o movimento no Santos Dumont é da ordem de 3,5 milhões de passageiros/ano. A Infraero, estatal que administra o aeroporto, estima que esse número chegue a 8 milhões de passageiros em 2015. O aeroporto opera ainda vôos regionais e executivos.
A preservação da vista incluiu a alteração de um telhado coberto para um teto de vidro temperado belga na área das salas de embarque. O vidro evita a transmissão de calor e permite a quem está no prédio antigo ver a baía de Guanabara.
Somente as estruturas metálicas e o vidro nessa área resultaram em um aumento de R$ 30 milhões no orçamento, segundo o engenheiro responsável pela obra, Carlos Roberto Silva. O consórcio responsável pela execução das obras é formado por Odebrecht, Carioca e Construcap.
A modernização do aeroporto incluiu a construção de um novo terminal de 29 mil metros quadrados para o embarque de passageiros. A estimativa de Silva é que as obras sejam concluídas até novembro. A partir de amanhã, o aeroporto vai operar com quatro fingers, corredor que liga a sala de embarque ao avião. O número deve subir para cinco durante o Pan.
O projeto original incluía a construção simultânea de uma garagem subterrânea para até 2.400 vagas. A licitação, entretanto, não avançou e há risco de falta de vagas.
A construção do novo terminal deverá interferir também no acesso viário ao aeroporto. Haverá mudança de fluxo e alargamento de algumas ruas.


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