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Em sua 12ª edição, Parada Gay fica mais globalizada
SPTuris estima que evento, que acontece hoje, deve atrair 16,4 mil turistas estrangeiros, 20% a mais do que em 2007
Parada é o segundo evento da cidade em movimento financeiro e em número de turistas, perdendo apenas para a F-1 e a Virada Cultural
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Doze anos depois da primeira marcha que levou 2.000 manifestantes à avenida Paulista
(região central), a Parada Gay
de São Paulo consolida hoje sua
projeção internacional.
Nunca o evento reuniu tantos turistas e militantes estrangeiros nem trouxe tantas atrações internacionais para as dezenas de festas que antecedem
o desfile dos 22 trios elétricos.
Nas cinco maiores festas, que
começaram na quarta e vão até
hoje, os principais DJs são das
mais diversas nacionalidades,
como os americanos Peter
Rauhofer, Chris Cox, Hector
Fonseca, Eric Cullemberg, Mario Calegari, Richie Santana,
Hex Hector e Paulo, o espanhol
Iordee, o colombiano Fist, o
português Carlos Fauvrelle, o
mexicano Isaac Escalante e o
top israelense Offer Nissim, a
maior das estrelas entre o público-alvo e entusiasta da parada gay paulistana.
Segundo as operadoras dos
EUA Expedia e Travelocity, já
não havia vôos diretos de Nova
York desde a semana passada.
Vir de lá para cá, que custa entre US$ 700 e US$ 900, só era
possível por US$ 2.200, ainda
assim com conexão em outras
cidades americanas, como
Atlanta, Chicago ou Houston.
O hotel Ibis da avenida Paulista, no coração do desfile, tem
100% de ocupação e trabalhava
com lista de espera para este final de semana. Do total de hóspedes, 40% eram estrangeiros.
Nos hotéis Othon, 15% dos
turistas são de outros países.
"Eles preferem ficar na área
dos Jardins, que é onde mais
gostam", diz o gerente da rede,
Carlos Augusto Nascimento.
"Um amigo que veio no ano
passado nos recomendou e
agora vimos numa turma de
seis", afirma o economista
americano Lee Cohen, que chegou uma semana antes.
Segundo estimativa da SPTuris (empresa de promoção turística e de eventos do município), a Parada Gay deve atrair
neste ano 16,4 mil turistas estrangeiros, ou 5% do total de
327 mil visitantes, 20% a mais
do que no ano passado e 40% a
mais do que em 2006. A expectativa é que os brasileiros vindos de outras cidades e Estados
deixem R$ 161 milhões, contra
R$ 28 milhões de estrangeiros.
Hoje, a Parada Gay é o segundo maior evento em movimentação econômica com turismo
na cidade (o primeiro é a F1) e
em número de turistas (o primeiro é a Virada Cultural).
Multidão
Mais uma vez, pelo quarto
ano consecutivo, a expectativa
dos organizadores é juntar ao
menos 3,5 milhões de pessoas
(entre gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, transgêneros, simpatizantes e curiosos).
Embora não haja medição
científica, a estimativa da Polícia Militar, baseada na ocupação de seis pessoas por metro
quadrado nos 3,5 km de extensão do desfile, o evento consta
do Guinness, o livro dos recordes, como o maior do mundo, a
frente das paradas de San Francisco, Toronto e Nova York, até
pouco tempo atrás as de maior
concentração de pessoas.
Em 2006, a diferença de estimativa de público entre PM e
organizadores foi de 1 milhão
de pessoas. No ano passado, a
polícia se absteve de divulgar o
balanço e disse não ter como fazer uma contabilidade precisa,
já que o público é flutuante
(também era nos anos anteriores). Diferentemente do Réveillon na Paulista, a parada é itinerante. Os trios saem da concentração em frente ao Masp e
descem até a praça Roosevelt.
Hoje, mil policiais militares
deverão fazer o patrulhamento
na Paulista, contra 800 no ano
passado. Outros 400 homens
estarão distribuídos nas ruas
do entorno do percurso.
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