São Paulo, domingo, 25 de maio de 2008

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Em sua 12ª edição, Parada Gay fica mais globalizada

SPTuris estima que evento, que acontece hoje, deve atrair 16,4 mil turistas estrangeiros, 20% a mais do que em 2007

Parada é o segundo evento da cidade em movimento financeiro e em número de turistas, perdendo apenas para a F-1 e a Virada Cultural

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Doze anos depois da primeira marcha que levou 2.000 manifestantes à avenida Paulista (região central), a Parada Gay de São Paulo consolida hoje sua projeção internacional.
Nunca o evento reuniu tantos turistas e militantes estrangeiros nem trouxe tantas atrações internacionais para as dezenas de festas que antecedem o desfile dos 22 trios elétricos.
Nas cinco maiores festas, que começaram na quarta e vão até hoje, os principais DJs são das mais diversas nacionalidades, como os americanos Peter Rauhofer, Chris Cox, Hector Fonseca, Eric Cullemberg, Mario Calegari, Richie Santana, Hex Hector e Paulo, o espanhol Iordee, o colombiano Fist, o português Carlos Fauvrelle, o mexicano Isaac Escalante e o top israelense Offer Nissim, a maior das estrelas entre o público-alvo e entusiasta da parada gay paulistana.
Segundo as operadoras dos EUA Expedia e Travelocity, já não havia vôos diretos de Nova York desde a semana passada. Vir de lá para cá, que custa entre US$ 700 e US$ 900, só era possível por US$ 2.200, ainda assim com conexão em outras cidades americanas, como Atlanta, Chicago ou Houston.
O hotel Ibis da avenida Paulista, no coração do desfile, tem 100% de ocupação e trabalhava com lista de espera para este final de semana. Do total de hóspedes, 40% eram estrangeiros.
Nos hotéis Othon, 15% dos turistas são de outros países. "Eles preferem ficar na área dos Jardins, que é onde mais gostam", diz o gerente da rede, Carlos Augusto Nascimento.
"Um amigo que veio no ano passado nos recomendou e agora vimos numa turma de seis", afirma o economista americano Lee Cohen, que chegou uma semana antes.
Segundo estimativa da SPTuris (empresa de promoção turística e de eventos do município), a Parada Gay deve atrair neste ano 16,4 mil turistas estrangeiros, ou 5% do total de 327 mil visitantes, 20% a mais do que no ano passado e 40% a mais do que em 2006. A expectativa é que os brasileiros vindos de outras cidades e Estados deixem R$ 161 milhões, contra R$ 28 milhões de estrangeiros.
Hoje, a Parada Gay é o segundo maior evento em movimentação econômica com turismo na cidade (o primeiro é a F1) e em número de turistas (o primeiro é a Virada Cultural).

Multidão
Mais uma vez, pelo quarto ano consecutivo, a expectativa dos organizadores é juntar ao menos 3,5 milhões de pessoas (entre gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, transgêneros, simpatizantes e curiosos).
Embora não haja medição científica, a estimativa da Polícia Militar, baseada na ocupação de seis pessoas por metro quadrado nos 3,5 km de extensão do desfile, o evento consta do Guinness, o livro dos recordes, como o maior do mundo, a frente das paradas de San Francisco, Toronto e Nova York, até pouco tempo atrás as de maior concentração de pessoas.
Em 2006, a diferença de estimativa de público entre PM e organizadores foi de 1 milhão de pessoas. No ano passado, a polícia se absteve de divulgar o balanço e disse não ter como fazer uma contabilidade precisa, já que o público é flutuante (também era nos anos anteriores). Diferentemente do Réveillon na Paulista, a parada é itinerante. Os trios saem da concentração em frente ao Masp e descem até a praça Roosevelt.
Hoje, mil policiais militares deverão fazer o patrulhamento na Paulista, contra 800 no ano passado. Outros 400 homens estarão distribuídos nas ruas do entorno do percurso.


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