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Ex-sacoleira no Paraguai, drag queen cria personagem vestido com bugigangas
Leo Caobelli/Folha Imagem
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Drag queen Paraguaia vem de Curitiba e desfila pela feira gay montada no largo do Arouche
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
De vestido verde simples e
cartola com girassol de plástico sobre peruca loura, o curitibano Wanderley Martins, 28,
ou Drag Paraguaia, circulava
pela feira gay de quinta-feira
como se apresentaria hoje, ao
contrário de veteranas como
Silvetty Montilla e Dimmy
Kieer, que guardavam os modelitos para a avenida Paulista.
Paraguaia assumia o lado
que lhe valeu o apelido -recebido das colegas por já ter sido
sacoleira, trazendo muamba
de Ciudad del Este, no Paraguai, fronteira com Foz do
Iguaçu (PR). "Mas agora nem
precisa ir tão longe, basta chegar ali na [rua] 25 de Março",
brinca a drag, que afirma ter
adotado de vez São Paulo, "por
ser uma cidade mais aberta,
tendo até leis próprias que
protegem os homossexuais".
Estudante de colégio católico em Curitiba, Wanderley
conta ter sofrido pressão na
adolescência, até assumir a
homossexualidade, aos 17
anos. "Eu me sentia mal, porque ouvia os padres e achava
que estava fazendo uma coisa
errada e que ia para o inferno.
Mas não é que acabei no paraíso?", ironiza.
Dee-Lite e Butterfly
Dicesar dos Santos, ou
Dimmy Kieer, 40, homenageará na Parada Gay a gueixa
Madame Butterfly, da ópera
de Puccini. Inspirando-se nas
divas, já encarnou Madonna e
Rita Hayworth, mas o nome de
guerra foi inspirado na cantora Lady Miss Kier, do grupo
Dee-Lite -aquele do sucesso
único "Groove is in the Heart",
de 1990.
Já Silvetty Montilla, com experiência de 21 anos no circuito das boates, não envereda
pelas homenagens. Prefere
desfilar como ela mesma, todos os anos.
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