Primeiras estações da linha amarela serão abertas hoje para o público

Mesmo percurso é percorrido pela reportagem de ônibus em 22 minutos e, de carro, em 16 minutos

Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Funcionário na linha 4- amarela, que não tem portas entre os vagões

RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

A partir de hoje, ir da rua da Consolação à avenida Faria Lima levará três minutos e meio. Esse é o tempo do percurso entre as estações Paulista e Faria Lima, as duas primeiras da linha 4-amarela do metrô a serem entregues.
Com 3,6 km, o trecho terá passagem gratuita por três semanas. Depois, o bilhete unitário custará R$ 2,65.
Hoje, o horário de funcionamento será reduzido em razão do evento de inauguração. Com início programado para o meio-dia e término para as 13h30, ele deixará para os usuários pouco mais de uma hora para usar a linha.
A partir de amanhã, as duas estações funcionarão das 9h às 15h -fora dos picos da manhã e da tarde. Segundo a Via Quatro, responsável pela linha, a previsão é operar assim até abril de 2011. Até lá, no período em que o metrô não estiver em operação, a empresa usará a linha para testes. Com as duas estações, a economia de tempo é expressiva. Às 18h06, a Folha levou 22 minutos de ônibus entre os dois pontos. De carro, o tempo chegou a 16 minutos -das 17h50 às 18h06. Até 2013, a viagem de metrô aumentará em um minuto por conta de duas estações intermediárias. A maior novidade da linha é o trem, sem operador. Uma passarela ligará as estações Paulista e Consolação (linha 2-verde). Enquanto houver isenção de tarifa, porém, apenas passageiros que estiverem na Consolação podem acessar a estação Paulista -e não o contrário. A razão: como a entrada na estação Paulista é gratuita, alguém poderia chegar à linha verde sem pagar nada. As duas estações abriram com atraso de dois meses. As próximas a serem inauguradas são Pinheiros e Butantã, até novembro, segundo o governo. República e Luz ficam para abril. Ao final, em 2014, deverão ser 11 paradas.

DEFICIÊNCIAS
As duas novas estações não têm banheiro, o que contraria portaria do secretário José Luiz Portella (Transportes Metropolitanos). A pasta afirma que resolverá o problema, mas não diz quando.
Também falta um acordo com operadoras de telefonia celular para que os aparelhos funcionem no túnel.
Por fim, os mapas nas paredes não incluem a linha 4.
Isso ocorre porque a linha ainda está incompleta, segundo a Via Quatro.
Ontem, uma funcionária tentava corrigir problemas -descobriu que seguranças diziam a pedestres que a estação Paulista abriria às 9h hoje, o que não ocorrerá. A linha consumirá R$ 5 bilhões.