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PEDÁGIO
Empresas propõem parcelar o reajuste de 31,5%; presidente de associação diz que acordo só sai se Estado subsidiar o restante
Concessionárias negociam aumento de 25%
DAYANNE MIKEVIS
DA REPORTAGEM LOCAL
As concessionárias de rodovias
do Estado de São Paulo negociam
o parcelamento do reajuste de pedágios que deve ocorrer no próximo dia 1º de julho. Em vez de
31,5%, as tarifas seriam reajustadas em 25% no próximo mês e,
entre dezembro e janeiro, incidiriam os 6,5% restantes.
No entanto, de acordo com o
presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Servilha
Duarte, o acordo de parcelamento somente sairá se o Estado bancar a porcentagem do aumento
que as concessionárias deixariam
de ganhar no período entre as
parcelas.
Os 31,5%, que haviam sido solicitados ao governo Geraldo Alckmin no início deste mês, se referem ao IGP-M (Índice Geral de
Preços de Mercado) dos últimos
12 meses, calculado pela Fundação Getúlio Vargas e que serve de
parâmetro oficial para a elevação
da tarifa -conforme previsão
dos contratos de concessão das
estradas firmados pela administração estadual em 1998.
Se o parcelamento for concretizado, a praça de pedágio de São
Paulo com maior valor de cobrança, a do sistema Anchieta-Imigrantes, deverá subir de R$
9,60 para R$ 12 no próximo mês.
O aumento de 31,5% seria o
maior desde que foi implantado o
sistema de concessionárias, em
1998. Atualmente, a taxa recordista é a de 13,87%, que ocorreu em
julho de 2000.
Duarte afirmou que as empresas têm compromissos financeiros e a expectativa de arrecadação
é utilizada como garantia.
O governo não se pronunciou
sobre o subsídio, mas a assessoria
de imprensa da Secretaria dos
Transportes confirmou que o secretário Dario Rais Lopes está negociando com as concessionárias.
O presidente da ABCR declarou
que as empresas reconhecem que
um aumento de 31,5% na tarifa de
pedágios seria de difícil assimilação pelo usuário. De acordo com
ele, o parcelamento do reajuste da
tarifa poderá ser diferente dessa
primeira proposta de 25% e 6,5%,
conforme a disposição de subsídio do governo.
Arrecadação
A receita das concessionárias
vem basicamente do pedágio. No
ano passado, a cobrança da tarifa
respondeu por 93,8% da receita
das empresas. O restante do dinheiro é gerado por publicidade e
por taxas de utilização de infra-estrutura da rodovia para postos e
outros serviços.
De 2001 para 2002, a arrecadação das concessionárias no país
cresceu cerca de 19%. A receita
passou de R$ 2,6 bilhões, em 2001,
para R$ 3,1 bilhões, em 2002. Apesar do aumento, o setor teve déficit de R$ 920 milhões no período.
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