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CÂMARA
Previsão inicial de votar 17 projetos em uma semana é revista e assuntos mais polêmicos devem ficar para julho
Semana da Segurança começa tímida
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A "Semana da Segurança" da
Câmara dos Deputados começou
ontem com a previsão de estender
as votações de projetos polêmicos
pelo menos até a convocação extraordinária de julho, podendo ficar para agosto.
A idéia inicial era apreciar 17
projetos de segurança pública
considerados prioritários em
uma semana. Do total, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), autor da idéia do
evento, disse ontem que é possível
votar inicialmente cinco.
Ontem foram aprovados dois
projetos relacionados à segurança
pública -um sobre a emissão
anual de atestado de pena a cumprir e outro prevendo cooperação
com o Peru no controle aéreo.
"Não é fúria legislativa para fazer leis que depois não vão colar.
A idéia é debater e, na medida do
possível, votar coisas boas", afirmou João Paulo.
Na pauta de votação, finalizada
anteontem à noite pelo presidente
da Casa, foram incluídos oito projetos em regime de urgência, além
de dois para discussão.
Entre os projetos em caráter de
urgência está o que trata da venda
e porte de armas, um dos mais polêmicos. A proposta foi encaminhada ao Congresso no governo
Fernando Henrique Cardoso e
previa originalmente a proibição
da venda de armas e restrições ao
porte.
Depois de várias mudanças, a
proibição caiu e as restrições foram alteradas. Agora deve ser
substituído por uma nova proposta a ser elaborada pelo Ministério da Justiça.
Pirotecnia
O presidente da Câmara deu diversas declarações visando tirar a
impressão de que a iniciativa estava fracassando. Para João Paulo, a
idéia da "Semana da Segurança",
pautada pela crescente onda de
violência, não era resolver o problema, mas abrir um debate.
"Não é para fazer pirotecnia, espetáculo e vender ilusão para a sociedade brasileira. É mostrar que
a gente precisa debater as causas e
ver o que pode oferecer de legislação para melhorar isso."
Segundo o presidente da Câmara, a "Semana da Segurança" servirá para reativar o debate no
Congresso. "Quando fizemos a
proposta, a idéia era integrar debate e votação, sem a pretensão de
esgotar o tema por meio de lei.
Longe de querer adquirir voracidade legislativa", disse ele na
abertura de um dos debates.
Na Comissão de Constituição e
Justiça, apenas um dos seis projetos sobre o tema, o que altera o
Fundo Nacional de Segurança Pública, foi aprovado. O restante deve voltar a ser analisado hoje.
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