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PRAIA DE RAMOS
Governadora assina convênio, de R$ 3,9 milhões, para a manutenção do local, que não era limpo desde novembro
Rio tenta recuperar "glamour" de piscinão
MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO
Vedete do verão de 2002, quando chegou a virar cenário da novela "O Clone", da TV Globo, o
Piscinão de Ramos ficou sem manutenção, perdeu o glamour e
caiu no ostracismo. O público de
40 mil pessoas por fim de semana
caiu pela metade no verão deste
ano e, agora, não passa de 2.000
pessoas, de acordo com a administração do Parque Ambiental
da Praia de Ramos.
Desde fevereiro, quando acabou o convênio entre o Estado e a
Petrobras e o parque deixou de
ser administrado pela ONG Viva
Rio, o lago artificial de água salgada, construído em frente à praia
de Ramos, na baía de Guanabara,
foi praticamente abandonado.
Antes esvaziado a cada três meses, para a retirada do lodo e da
sujeira que se acumulam no fundo, o piscinão estava desde novembro sem passar por uma limpeza completa. Só voltou a ser esvaziado na última quinta, quando
dez bombas de sucção retiraram
seus 24 milhões de litros de água.
Para tentar reabilitá-lo, a governadora Rosinha Matheus (PSB) e
o presidente da Petrobras, José
Eduardo Dutra, assinaram ontem
um novo convênio, no valor de R$
3.896.675,70, destinados à manutenção do piscinão pelos próximos 24 meses. Parte dos recursos
(R$ 204.243.76) será para a contratação de uma ONG ou empresa
especializada, que vai elaborar
um projeto de sustentabilidade
para o parque. Segundo a Folha
apurou, o convênio deve ser firmado com a ONG Terra Nova.
Ontem, 36 pessoas contratadas
entre os moradores da favela Roquette Pinto, vizinha ao parque,
faziam trabalho de varredura nas
areias. Nos próximos dias, serão
trocados 500 metros cúbicos de
areia e toda a bacia sofrerá aplicação de cloro. O piscinão deve ser
reaberto no dia 5 de julho.
Concluído em dezembro de
2001, o piscinão foi construído
com recursos do Termo de Ajustamento de Conduta assinado pela Petrobras após o derramamento de 1,29 milhão de litros de óleo
na baía, em janeiro daquele ano.
A obra, que, segundo o governo,
consumiu R$ 18.426.860,03, é objeto de ação do Ministério Público
Estadual, por suposta improbidade administrativa. Segundo o
promotor Cláudio Henrique da
Cruz Viana, a Fundação João
Daudt -ONG contratada para o
projeto- deixou de comprovar
gastos de R$ 5.735.745,51.
O comerciante José Luiz Bispo,
34, espera voltar a vender 80 caixas de cerveja a cada domingo,
como nos bons tempos. "Atualmente, se eu vender quatro caixas
no domingo, é uma glória."
Já o supervisor do parque, Nélson Geremias, espera que os imóveis na região voltem a ser valorizados. "Em 2002, um ponto comercial ou uma casa eram negociados a R$ 15 mil. Agora, alguns
estão pedindo R$ 10 mil ou até
mesmo R$ 5.000."
Mesmo sem água, o piscinão é
uma opção de lazer para moradores dos bairros próximos. "Moro
em Olaria e acho muito chato ir às
praias da zona sul ou da Barra da
Tijuca. Prefiro vir curtir o piscinão", disse Gilda Gonçalves, 44.
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