São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

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FESTAS JUNINAS

Grupos participam de disputas em festivais

Nordeste mantém tradição e leva quadrilhas ao profissionalismo

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A tradição das quadrilhas juninas no Nordeste se mantém há mais de dois séculos, com a música, a sanfona, as coreografias e o casamento em homenagem aos santos festejados neste mês. Pelo menos em um aspecto, as quadrilhas de hoje são muito diferentes das do passado: na organização.
Numa disputa parecida com a das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, as quadrilhas investem em profissionalismo, com um dinheiro que sai, muitas vezes, do bolso dos próprios "brincantes".
Só no Ceará, são 270 quadrilhas profissionais filiadas à Federação de Quadrilhas Juninas do Estado. Segundo José Aldenor de Holanda, presidente da federação, cada grupo gasta, no mínimo, R$ 15 mil por ano com os festejos juninos, muitas vezes sem patrocínio.
Para não perder nenhuma festa junina por falta de dinheiro, o grupo Raízes Sertanejas, do bairro Pirambu, na periferia de Fortaleza, recolhe e vende latas vazias de refrigerante o ano inteiro.
Os custos começam pelo vestuário. Nas disputas profissionais, não se pode dançar de qualquer jeito: a roupa tem de ter rendas, brilhos e um tecido de cor alegre e brilhante. Os "brincantes", como são chamados os integrantes das quadrilhas, tem de estar maquiados e bem enfeitados.
Ao sair da costureira, o vestido vale entre R$ 300 e R$ 400. "Ainda temos despesas com ônibus, para as apresentações, com sanfoneiro, e geralmente as quadrilhas não recebem cachê", disse Holanda.
Disputas ocorrem nos festivais. Jurados avaliam quesitos como coreografia, figurino, animação e também o respeito às tradições, como o desempenho dos noivos e da rainha da quadrilha.
O ritmo da apresentação pode variar: forró, baião, xaxado, coco, xote, entre outros. O tema também: no Ceará, além das tradicionais, há quadrilhas do cangaço, de rendeiras e de pescadores.


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