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Jovens de classe alta são acusados de agredir doméstica
Três rapazes (dois deles estudantes de direito) moradores da zona oeste do Rio foram detidos; 2 ainda são procurados
Sirlei Pinto contou que
foi atacada no ponto de ônibus, na madrugada de ontem, quando seguia para
uma consulta médica
MALU TOLEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, 32, foi
espancada e roubada na madrugada de ontem por cinco jovens na zona oeste do Rio de
Janeiro. Os suspeitos são moradores de condomínios de
classe alta na Barra da Tijuca,
também na zona oeste. Três deles foram presos e dois continuam foragidos.
Sirlei relatou à polícia que estava em um ponto de ônibus da
avenida Lúcio Costa, na Barra,
perto do apartamento onde
trabalha e mora, por volta das
4h30 -ela tinha saído cedo para ir a uma consulta médica-,
quando cinco rapazes desceram de um Gol preto.
Os jovens começaram a xingá-la, arrancaram a sua bolsa e
começaram a chutá-la na cabeça e na barriga. A agressão foi
testemunhada por um taxista
que passava pelo local.
Eles também são acusados de
ter levado pertences de Sirlei,
como o telefone celular e a carteira, que tinha R$ 47.
Após a agressão, Sirlei Pinto
conta que foi até a casa onde
trabalha e pediu socorro.
Pelo número da placa do Gol,
anotada pelo taxista, a polícia
localizou Felipe Macedo Nery
Neto, 20, estudante de direito.
Ele foi preso e, segundo a polícia, confessou a agressão e forneceu os nomes dos outros
quatro acusados.
A partir das informações fornecidas por Nery Neto, foram
presos Leonardo de Andrade,
20, técnico de informática, e
Júlio Junqueira, 21, estudante
de direito.
Na delegacia, Sirlei reconheceu os agressores, depois de ter
recebido atendimento médico
no hospital Lourenço Jorge,
que fica na Barra.
Em depoimento, de acordo
com a polícia, os rapazes detidos confessaram as agressões a
Sirlei, mas não disseram o motivo da violência.
Os jovens afirmaram que estavam voltando de uma festa,
mas, segundo o delegado, não
estavam alcoolizados nem drogados. Foi encontrada dentro
do carro uma garrafa de metal
usada para colocar bebidas.
Os familiares dos jovens presos que estiveram na delegacia
não quiseram dar entrevistas e
se negaram a comentar as acusações da doméstica.
Foragidos
Ainda estão foragidos Rodrigo Bassalo, 20, e Rubens Arruda, 19 -ambos também são estudantes de direito.
Segundo o delegado Carlos
Augusto Nogueira Pinto, responsável pelo caso, as famílias
de Bassalo e Arruda já disseram
que eles vão se entregar. Mesmo assim, diz o delegado, as
buscas continuam.
Sirlei reconheceu os dois por
fotos e deve voltar à delegacia
quando eles forem presos, para
novo reconhecimento.
"Eles vão ficar presos até acabarem as investigações, o que
vai ser rápido. Eles pediram
com certeza [o habeas corpus].
A vítima ficou muito machucada, com o rosto destruído e o
corpo todo inchado", disse o
delegado.
Se forem indiciados, os acusados vão responder por tentativa de latrocínio (pena de 7 a 15
anos de prisão em caso de condenação) e lesão corporal dolosa (de 1 a 8 anos de prisão).
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