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Após invasão, USP discute hoje reforma de prédio da reitoria
Paredes rabiscadas e sujas serão pintadas, vidros quebrados, repostos e todas as fechaduras do complexo da reitoria, trocadas
Reitora se comprometeu a não punir os estudantes administrativamente, mas processos por depredação e furto podem ser instaurados
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
A reitoria da USP (Universidade de São Paulo) deve começar a discutir hoje a reforma de
sua sede, invadida durante 50
dias por alunos da instituição.
Paredes rabiscadas e sujas
serão pintadas, vidros quebrados serão repostos e todas as fechaduras do complexo da reitoria -andar térreo mais dois
blocos de seis andares cada
um- serão trocadas, por medidas de segurança, de acordo
com a Guarda Universitária.
"Teremos que trocar todas as
fechaduras do prédio (...). Os
estudantes entraram na sala de
manutenção, onde ficavam as
cópias das chaves", diz Márcio
Henrique, coordenador da
Guarda Universitária.
Peritos do Instituto de Criminalística vasculharam o local
durante o último final de semana para conferir os danos da invasão. Ainda não se sabe o valor
do prejuízo.
Dúvidas
Entre móveis revirados, buraco no teto e portão retorcido,
restam várias dúvidas: onde foram parar as correspondências
e os processos da sala de expediente do gabinete da reitora
Suely Vilela? Onde estão as dezenas de computadores que faltam nas mesas? O que provocou o incêndio que deixou
manchas pretas na caixa de
energia do prédio?
Funcionários da reitoria foram convocados para vistoriar
o local ontem e ajudar a encontrar as respostas.
A invasão terminou na sexta-feira, depois que a reitora se
comprometeu a não punir administrativamente os estudantes pela invasão. Processos por
furtos e depredações, no entanto, poderão ser instaurados.
No local, há também câmeras
de segurança quebradas (as intocadas foram cobertas com
papel), computadores danificados (um deles foi encontrado
em um chão de banheiro) e
manchas em parte da mobília.
Dos computadores que sumiram, grande parte foi encontrada na sala do cerimonial.
"Os estudantes colocaram os
computadores lá para evitar
problemas [de depredações ou
furtos]", diz Natália Guerreiro,
que integrou a comissão de comunicação do movimento.
As informações mais importantes podem ter sido preservadas: o setor de informática do
prédio orientava os funcionários a salvá-las em arquivos do
servidor, instalado em uma sala
que não foi invadida.
Gabinete da reitora
No sábado, quando começou
a perícia, a Guarda Universitária informava que os manifestantes não haviam conseguido
entrar no gabinete da reitoria,
que tem porta blindada.
Ontem, funcionários que visitaram o prédio viram que
uma janela do local foi arrombada. Não há sinais aparentes
de vandalismo no local.
A reitora Suely Vilela deverá
voltar a trabalhar em seu gabinete. No período da ocupação,
ela despachou em outro prédio
da universidade. Os demais
funcionários também estão
convocados.
O andar térreo do prédio foi
aberto para visita da imprensa
durante cerca de uma hora na
noite de sábado, depois da perícia da polícia científica.
O ambiente mais bagunçado
era a vice-reitoria, com muitos
móveis revirados. Uma máquina fotocopiadora foi encontrada em uma laje.
Entre as reivindicações aceitas pela reitoria, estão a criação
de vagas de moradia. Haverá
também reuniões para discutir
a reforma dos prédios da
FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e da Fofito (Departamento
de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional) da
Faculdade de Medicina.
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