São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2007

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Após invasão, USP discute hoje reforma de prédio da reitoria

Paredes rabiscadas e sujas serão pintadas, vidros quebrados, repostos e todas as fechaduras do complexo da reitoria, trocadas

Reitora se comprometeu a não punir os estudantes administrativamente, mas processos por depredação e furto podem ser instaurados


DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A reitoria da USP (Universidade de São Paulo) deve começar a discutir hoje a reforma de sua sede, invadida durante 50 dias por alunos da instituição.
Paredes rabiscadas e sujas serão pintadas, vidros quebrados serão repostos e todas as fechaduras do complexo da reitoria -andar térreo mais dois blocos de seis andares cada um- serão trocadas, por medidas de segurança, de acordo com a Guarda Universitária.
"Teremos que trocar todas as fechaduras do prédio (...). Os estudantes entraram na sala de manutenção, onde ficavam as cópias das chaves", diz Márcio Henrique, coordenador da Guarda Universitária.
Peritos do Instituto de Criminalística vasculharam o local durante o último final de semana para conferir os danos da invasão. Ainda não se sabe o valor do prejuízo.

Dúvidas
Entre móveis revirados, buraco no teto e portão retorcido, restam várias dúvidas: onde foram parar as correspondências e os processos da sala de expediente do gabinete da reitora Suely Vilela? Onde estão as dezenas de computadores que faltam nas mesas? O que provocou o incêndio que deixou manchas pretas na caixa de energia do prédio?
Funcionários da reitoria foram convocados para vistoriar o local ontem e ajudar a encontrar as respostas.
A invasão terminou na sexta-feira, depois que a reitora se comprometeu a não punir administrativamente os estudantes pela invasão. Processos por furtos e depredações, no entanto, poderão ser instaurados.
No local, há também câmeras de segurança quebradas (as intocadas foram cobertas com papel), computadores danificados (um deles foi encontrado em um chão de banheiro) e manchas em parte da mobília.
Dos computadores que sumiram, grande parte foi encontrada na sala do cerimonial.
"Os estudantes colocaram os computadores lá para evitar problemas [de depredações ou furtos]", diz Natália Guerreiro, que integrou a comissão de comunicação do movimento.
As informações mais importantes podem ter sido preservadas: o setor de informática do prédio orientava os funcionários a salvá-las em arquivos do servidor, instalado em uma sala que não foi invadida.

Gabinete da reitora
No sábado, quando começou a perícia, a Guarda Universitária informava que os manifestantes não haviam conseguido entrar no gabinete da reitoria, que tem porta blindada.
Ontem, funcionários que visitaram o prédio viram que uma janela do local foi arrombada. Não há sinais aparentes de vandalismo no local.
A reitora Suely Vilela deverá voltar a trabalhar em seu gabinete. No período da ocupação, ela despachou em outro prédio da universidade. Os demais funcionários também estão convocados.
O andar térreo do prédio foi aberto para visita da imprensa durante cerca de uma hora na noite de sábado, depois da perícia da polícia científica.
O ambiente mais bagunçado era a vice-reitoria, com muitos móveis revirados. Uma máquina fotocopiadora foi encontrada em uma laje.
Entre as reivindicações aceitas pela reitoria, estão a criação de vagas de moradia. Haverá também reuniões para discutir a reforma dos prédios da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e da Fofito (Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional) da Faculdade de Medicina.


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