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Projeto incentiva motoboy a fotografar SP
Artista catalão motiva profissionais a registrar o cotidiano da cidade; fotos e vídeos estão na internet
Raimundo Paccó/Folha Imagem
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O motoboy Luiz Fernando Bicchioni, que mantém a câmera fotográfica ligada para registrar cenas do cotidiano da cidade |
DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A alegria durou pouco. Foram cinco dias entre a estréia
da instalação canal*MOTOBOY, no CCSP (Centro Cultural São Paulo), no mês passado,
e a queda de um balão no teto
da biblioteca do edifício, em cima de onde estava a instalação.
Mas o mural de 8 m voltou a
ser exibido anteontem. Nele estão as fotos dos 12 motoboys de
São Paulo escolhidos pelo artista plástico catalão Antoni Abad
para o projeto Zexe.net.
Com uma câmera de celular
fornecida pelo artista, eles registram o cotidiano da cidade
com fotos e vídeos (confira em
www.zexe.net/SAOPAULO).
Abad já realizou o mesmo
projeto com prostitutas em
Madri, deficientes físicos em
Barcelona e ciganos em León
(cidade da Espanha). Para ele, o
projeto permite modificar a
"imagem ruim" que a sociedade
tem dos motoboys. "Ao se expressarem, estão criando uma
nova representação deles", diz.
A continuidade do projeto,
como ocorreu em Barcelona,
onde os deficientes físicos fotógrafos fundaram uma ONG, é
outro ponto de orgulho para
Abad. Eliezer Muniz, 40, ex-motoboy e curador-adjunto do
projeto, afirma que um dos méritos do canal*MOTOBOY é ter
agregado profissionais que
têm, em comum, a vontade de
ver a atividade regulamentada.
O motoboy Luiz Fernando
Bicchioni, 37, deixa a câmera
do celular sempre ligada. "Uma
vez vi um acidente e parei para
fotografar. Quando me dei conta, vi que meu cunhado estava
envolvido." Adriana Maria de
Oliveira, 30, única mulher do
grupo, conta que mudou seu
olhar. "Vi que tem muita coisa
errada, tanto por parte dos motoristas como dos motoboys."
canal*MOTOBOY
Quando: de terça a sexta, das 10h às
20h; sábados, domingos e feriados,
das 10h às 18h, até 29 de julho
Onde: CCSP (r. Vergueiro, 1.000, Liberdade, tel. 0/xx/11/3383-3402)
Quanto: grátis
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