São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Governo altera decreto que gerou greve de professores

Mudanças flexibilizam possibilidades de substituição, remoção e efetivação

Sindicato da categoria informou que votará em assembléia, na sexta, se aceitará as mudanças e se encerrará a paralisação

CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Secretaria de Estado da Educação publica hoje, no "Diário Oficial", três alterações no decreto que causou a greve dos professores. A Apeoesp (sindicato da categoria) informou que votará em assembléia, na sexta, se aceitará as mudanças e se encerrará a paralisação.
Um decreto do governador José Serra (PSDB), publicado em 28 de maio, limitou as possibilidades de transferência e instituiu uma prova para a classificação de professores temporários na escolha das classes. Antes, o critério era por pontos adquiridos por experiência.
Na quinta-feira passada, após quatro dias de greve, a secretaria reuniu os sindicatos e ouviu os pedidos de alterações, que foram apresentadas ontem: quem faltar até 12 dias por ano pode pedir substituição (antes eram dez); professores que tirarem qualquer licença também terão o direito de tentar uma remoção (no decreto, só as licenças por maternidade eram aceitas); o prazo de três anos de efetivação para solicitar a mudança de escola só será exigido de quem entrar na rede após a publicação do decreto.
O presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro, diz que as alterações foram "pequenas": "O que eles mudaram é o de menos". Na opinião dele, a greve deve continuar. "Os professores querem a efetivação dos 100 mil [professores] temporários [40% do total]. Pega a prova e já efetiva quem se classificar."

Reajuste
O governo enviará hoje à Assembléia Legislativa a proposta de reajuste do piso salarial de 5,4% mais a incorporação de uma gratificação de R$ 80. Os professores, que não têm reajuste desde 2005, pedem 45%.
Segundo a Apeoesp, 70% das escolas aderiram, mesmo que parcialmente, à greve. Para a secretaria, só 2% dos professores pararam.
A Folha visitou 14 escolas ontem: uma estava em greve total e cinco, parcial.


Colaborou CRISTINA MORENO DE CASTRO

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