São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

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PM reprime tumulto em escola de Osasco

Alunos soltaram fogos de artifício no pátio durante o intervalo; polícia é acusada de agressão com cassetete e gás de pimenta

Pelo menos dois alunos acabaram feridos após a confusão; PM diz que ação foi pacífica e que acusações são "conversa de criança"


DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Uma confusão em uma escola estadual de Osasco (Grande São Paulo) terminou ontem de manhã com intervenção da Polícia Militar e com pelo menos dois estudantes feridos.
Alunos acusaram a polícia de ter usado cassetete e gás de pimenta. A PM diz que a ação foi pacífica e que as acusações são "conversa de criança". Havia cerca de 700 pessoas no local.
Segundo a polícia, um grupo de estudantes da Escola Estadual Professora Francisca Lisboa Peralta estourou fogos de artifício em lixeiras no pátio durante o intervalo.
"Os alunos começaram a jogar as carteiras para fora das salas. Os professores nos disseram que foram ameaçados e por isso se reuniram e chamaram a polícia", disse o major Carlos Alberto Galindo, do 42º Batalhão. Ele afirmou que na terça os alunos já haviam apedrejado veículos de docentes.
Pelo menos dez policiais entraram na escola e obrigaram os jovens a voltar para as salas.
De acordo com relatos dos estudantes, dentro das salas, alguns alunos começaram a destruir carteiras e depredar extintores de incêndio. A PM, então, retirou os alunos da escola.
Oito estudantes ouvidos pela reportagem afirmaram que a polícia usou sprays de pimenta e cassetetes. "Os PMs me mandaram voltar para a sala e eu disse que queria ir embora. Aí um deles torceu o meu braço e me mandou ficar encostado numa parede", disse um rapaz de 17 anos. Bruno Cesar Vicente, 18, afirmou ter levado um golpe de cassetete no joelho.
O major Galindo disse que a polícia se ofereceu para levar à delegacia alunos e pais que quisessem formalizar as denúncias de agressão, mas apenas um jovem de 15 anos aceitou.
À Policia Civil ele disse ter sido ferido por um PM com cassetete e foi encaminhado para exames no IML. Outro aluno, de 18 anos, foi à delegacia e afirmou ter sido atingido na cabeça, mas não sabia por quem.
A Secretaria da Educação disse que não houve depredação e classificou o caso como "pequeno tumulto". Houve aula normal à noite. A da Segurança disse que a polícia vai apurar se houve abuso de violência.
Em maio, alunos depredaram a Escola Estadual Professor Antônio Firmino de Proença -onde estudou o governador José Serra. Em novembro, o alvo foi a Amadeu Amaral. As duas ficam na zona leste.


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