ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O primeiro transplante de coração da história completava 18 anos quando a mesma cirurgia foi realizada pela primeira vez no Paraná, em 1985, no Hospital Evangélico de Curitiba. O responsável pelo procedimento: Danton Richlin da Rocha Loures.
Filho de um otorrinolaringologista, ele nasceu em Joinville (SC) e se mudou criança para Londrina (PR), onde o pai tinha um hospital.
De seus três irmãos homens, todos viraram engenheiros. O pai desejava que o único filho médico, formado pela UFPR em 1968, seguisse sua especialização, mas Danton escolheu se aprofundar em cirurgia cardiovascular.
Doutorou-se em São Paulo, pela USP, em 1972. Deu aulas na universidade onde se formara e na Faculdade Evangélica de Curitiba. No Hospital das Clínicas da cidade, chefiou o serviço de cirurgia torácica e cardiovascular.
Casou-se em 1968 e teve quatro filhas. A terceira nasceu com um problema cardiovascular.
Quando a menina tinha quatro anos, ele a levou aos EUA, numa última tentativa de salvá-la, mas não conseguiu. A perda o deixou muito abalado, diz a irmã Vânia.
Depois disso, perderia outra filha e, há cerca de dois anos e meio, ficou viúvo.
Era membro da Academia Paranaense de Medicina e das sociedades paranaense e brasileira de cardiologia. Ultimamente, realizava pesquisas com células-tronco.
Gostava de praticar esportes, como tênis. No domingo, enquanto fazia exercícios físicos num clube, sofreu um infarto e não resistiu. Tinha 66 anos. Danton deixa duas filhas e três netos.

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