COLABORAÇÃO PARA FOLHA

No terminal rodoviário Tietê, na zona norte de São Paulo, era possível ver ontem malas com etiquetas da TAM, Gol e outras companhias aéreas circulando pelo saguão. Eram de passageiros que desistiram de seus vôos e resolveram chegar ao destino de ônibus.
Segundo a Socicam, empresa que administra o terminal, houve aumento na procura por passagens para o Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. No entanto, como já era esperado movimento 20% maior por causa dos Jogos Pan-Americanos e das férias escolares, o impacto da crise aérea só poderá ser avaliado com exatidão em agosto.
A empresa Cometa afirma que a venda de passagens para Curitiba, Belo Horizonte e Juiz de Fora subiu de 15% a 20%. Para Fabio Macedo, encarregado da agência da companhia, é possível associar o aumento na procura com o caos aéreo porque a demanda é de "passageiros diferenciados, que procuram ônibus-leito ou executivo".
A funcionária da Expresso Sul Joice Brandão disse que aumentou a procura por ônibus-leito e que a empresa está com cinco ou seis ônibus extras por dia para atender a demanda para o Rio de Janeiro.
Adriano Franki, 29, de terno e gravata, aguardava para entrar no ônibus das 15h da companhia 1001 para o Rio de Janeiro. "Eu deveria ter saído às 9h30 de Congonhas para o Santos Dummont [RJ]. Já estava com bilhete emitido, na sala de embarque e nada de sair o meu vôo. Pedi minha bagagem e vim para a rodoviária."
Ainda no mesmo ônibus para o Rio de Janeiro, entrava uma aeromoça puxando uma malinha da TAM azul marinho. Ela pediu para não ser identificada nem fotografada. "Não tem vôo, né, fazer o quê?", disse.
(MARIANA BENEVIDES)


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