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Falhas na segurança dão multa de R$ 2,2 mi a bancos
Punição foi aplicada por comissão que reúne governo e entidades patronais e laborais
Problemas ocorreram no Itaú,
Santander, Real, Banco do
Brasil, Bradesco, Mercantil,
Nossa Caixa e HSBC; valor é
excessivo, diz Febraban
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Oito bancos foram multados
em mais de R$ 2,2 milhões devido a falhas no sistema de segurança de agências e postos
bancários em todo o país.
As multas foram aplicadas
pela CCASP (Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada), formada por órgãos do governo federal (PF,
Exército e Instituto de Resseguros do Brasil, o IRB) e por entidades patronais (como a Federação Brasileira de Bancos, a
Febraban) e laborais (caso da
Contraf, ligada à CUT, a Central Única dos Trabalhadores).
Os bancos multados pela comissão foram: Itaú (R$ 460
mil), Santander (R$ 430 mil),
Real (R$ 391 mil), Banco do
Brasil (R$ 300 mil), Bradesco
(R$ 280 mil), Mercantil (R$ 180
mil), Nossa Caixa (R$ 160 mil) e
HSBC (R$ 5.500).
A comissão analisou também
na última quarta-feira 423 processos de empresas que prestam segurança em agências e de
transporte de valores. O valor
de multa dessas empresas é de
cerca de R$ 300 mil.
As instituições ainda não foram notificadas -nem a multa
publicada no "Diário Oficial"-,
mas, quando avisadas, terão
dez dias para recorrer. O recurso deverá ser encaminhado primeiro à direção-geral da PF,
depois ao Ministério da Justiça
-os bancos podem ainda impetrar ações na Justiça.
Outro lado
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) reclamou do
valor das multas. "O valor está
desproporcional em relação ao
motivo", afirmou Pedro Oscar
Viotto, diretor setorial de segurança bancária da Febraban.
Ele afirmou que a maior parte das multas diz respeito ao
atraso na apresentação ou renovação do plano de segurança,
que precisa ser aprovado pela
Polícia Federal. Segundo Viotto, todas as instituições bancárias apresentam anualmente
mais de 24 mil planos.
O número, contudo, deveria
ser maior, pois há no país mais
de 32 mil postos bancários, segundo a PF -só até julho deste
ano foram criados mais 3.000.
Todos precisam apresentar
anualmente seus planos de segurança à corporação.
Coordenador da CCASP e
responsável na Polícia Federal
por controlar a segurança privada no país, o delegado Adelar
Anderle diz que a principal infração presente nos processos é
o número insuficiente de vigilantes nas agências, seguido pelo descumprimento do plano
de segurança e a inoperância do
sistema de alarme.
Quanto às empresas de segurança, diz o delegado, os problemas são vigilantes sem curso de reciclagem (ou com a certificação vencida) e o uso de
profissionais irregulares, sem a
habilitação da Polícia Federal.
"Esse trabalho é importante
para melhorar a segurança, já
que está aumentando a incidência de assaltos a bancos e
roubos de carros com valores."
O secretário-geral da Contraf
(Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro), Carlos Cordeiro, critica
a lógica adotada pelos bancos,
segundo ele, de visar o lucro
acima de tudo, inclusive na
questão da segurança.
"Os bancos querem empurrar os clientes cada vez mais para o auto-atendimento, mas
não propiciam segurança adequada", afirma.
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