São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2011

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DEPOIMENTO

"O juiz me mandou para o Narcóticos Anônimos"

ESPECIAL PARA A FOLHA

"Fui preso dentro da minha casa, sem mandado judicial, sem nada. Meu ex-cunhado chamou a polícia porque não aguentava mais me ver drogado. Sou advogado, sei que a polícia não poderia ter feito isso. Me bateram, colocaram a arma na minha boca. Mas foi a minha salvação.
Em 2006, voltei a usar mesclado, mistura de maconha com crack. Havia 12 anos eu tinha deixado a droga.
Eu fumava e tinha certeza que havia um helicóptero da Globo me vigiando para me prejudicar na OAB.
Cheguei a fumar 50 pedras por semana e dez trouxinhas de maconha. Gastei mais de R$ 500 mil. No dia 23 de junho deste ano, fez dois anos que parei. O juiz mandou eu frequentar medidas educativas: vou ao NA [Narcóticos Anônimos] três, quatro vezes por semana. É maravilhoso.
Se você tem a mente aberta, para com a droga. Cuspi minha doença. A religião também me salvou.
Antes, fiquei 22 dias numa clínica privada. Foi um horror. Minha sorte é que o sargento que me prendeu me conhece desde criança. Se tivesse ido para a prisão, não ia parar. Na prisão, você não quer ficar consciente."
V.S., 44, é advogado


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