São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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entrevista

"Restrição a automóvel deve vir sem taxa"

DA REPORTAGEM LOCAL

Restringir os automóveis, mas sem cobrar para andar de carro nas vias. É o que propõe o consultor de transportes Horácio Figueira, para quem o pedágio urbano significa vender o viário para quem tem condições de pagar caro para usá-lo. Leia abaixo trechos da entrevista:

 

FOLHA - Como o sr. vê a idéia de implantar o pedágio urbano em São Paulo?
HORÁCIO FIGUEIRA -
Sou contra, custe ele US$ 2 ou US$ 20. Se custar barato, só irá tirar no máximo 10% a 15% dos carros das ruas. Se custar caro, pior ainda: significa vender o viário às pessoas ricas. Uma segregação social total.

FOLHA - Então é elitista?
FIGUEIRA -
Se cobrar pouquinho, não é elitista, mas também não vai ter o mesmo resultado do de Londres. Sou favorável ao aumento do preço do estacionamento para restringir os carros.

FOLHA - Pedágio antes de melhorar o transporte público é uma contradição?
FIGUEIRA -
É um contra-senso. Tirar as pessoas do carro e colocar onde? É um convite ao martírio.

FOLHA - Há alguma solução para o trânsito em que todos saiam ganhando?
FIGUEIRA -
Não. É preciso ganhar espaço, e para isso tem que incomodar o usuário do automóvel. O automóvel virou um câncer urbano. Só vão morar veículos aqui. Vamos ter que morar em outras cidades e vir visitar os carros nos fins de semana...


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