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Ar seco coloca parte de SP em emergência
Seis postos do Inmet no Estado registram umidade do ar abaixo de 12%, perto do nível do deserto do Saara
Alívio só deve vir a partir de segunda-feira, quando uma frente fria deve avançar sobre o centro-sul e o leste de SP
Jorge Araujo/Folhapress
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Capital paulista ontem, às 18h; baixo índice de umidade do ar deixou parte do Estado de São Paulo em emergência
EDUARDO GERAQUE
RICARDO WESTIN
DE SÃO PAULO
Os dias sucessivos de baixa umidade do ar já colocam
parte do Estado de São Paulo
em situação de emergência.
Nessa faixa do alerta, a recomendação da Organização
Mundial de Saúde é evitar
aglomerações e interromper
qualquer atividade ao ar livre
no período entre 10h e 16h.
Crescem os riscos de problemas de saúde como alergias, pneumonia, arritmia
cardíaca e até enfarte.
A situação de emergência
(em que a taxa de umidade
relativa do ar é de 12% ou menos) era registrada ontem em
seis das 27 estações do Inmet
(Instituto Nacional de Meteorologia) espalhadas pelo território paulista.
A pior taxa foi registrada
na estação de Pradópolis (no
nordeste do Estado, perto
das cidades de Ribeirão Preto
e Sertãozinho), com umidade
de 10%, equivalente à do deserto do Saara.
Quinze das demais estações estão em estado de alerta e seis em atenção.
São Paulo só deverá ter alívio a partir da próxima segunda-feira, quando uma
frente fria deve avançar sobre o centro-sul e o leste do
Estado na segunda-feira,
com chances de chuva fraca.
Chuvas mais fortes, que
devem elevar a umidade do
ar a níveis saudáveis (acima
de 60%), só devem acontecer
a partir da segunda quinzena
de setembro.
POLUIÇÃO
Ontem, a umidade relativa
do ar na cidade de São Paulo,
medida em Santana (zona
norte), ficou em 16% -na faixa de alerta, segundo a OMS.
Na capital paulista -onde
os prontos-socorros, principalmente os que atendem
crianças, estão lotados- a situação fica bem mais grave
por causa da poluição.
Na estação de medição da
Cetesb instalada no parque
Ibirapuera, por exemplo, o ar
está inadequado, por causa
da forte poluição, desde a última sexta-feira.
"A baixa umidade do ar
causa desconforto, é verdade. Mas é mais provável que a
ardência nos olhos que as
pessoas estão sentindo na cidade seja efeito do ozônio",
diz Nelson Gouveia, médico e
pesquisador da USP.
Em Brasília, a situação é
ainda pior do que a das cidades paulistas. A umidade do
ar chegou a 7%.
SAÚDE
O ar seco causa alergias, irritação nos olhos, ressecamento da pele, hemorragia
nasal, asma, tosse, irritação
na garganta, rinite, bronquite e até pneumonia.
Além disso, facilita o aumento da pressão arterial, o
que, somado a outros fatores, pode aumentar risco de
enfarte e derrame.
Hoje, a Secretaria Municipal da Educação de São Paulo publica um comunicado
no "Diário Oficial" em que recomenda aos diretores das
escolas municipais que cuidem da saúde dos alunos
nestes dias de ar seco e cancelem atividades ao ar livre.
Em São Paulo, 14 das 21 estações do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) que medem a umidade
do ar estão atualmente desligadas, em manutenção.
O CGE, no entanto, diz que
não fazem falta porque as estações do Inmet e dos aeroportos de Congonhas, do
Campo de Marte e de Guarulhos são mais precisas.
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