São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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PM é suspeito de matar 2 por causa de barulho

Testemunhas relatam desavença com vizinho devido a som alto e latidos

Advogada do policial não foi localizada; à Corregedoria da PM ele negou participação no duplo homicídio

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

O terceiro-sargento da Polícia Militar de SP Paulo Roberto Ferreira, 37, é investigado sob a suspeita de ter matado a tiros um vizinho e um jovem de 17 anos por causa de barulho no bairro onde vive, em Cotia (município da Grande São Paulo).
O jardineiro Jocicloves Macena de Souza, 32, vizinho do PM, e Airton Oliveira da Silva, 17, foram mortos a tiros no dia 30 de maio, em Embu (Grande SP).
O pai de Airton também foi ferido no atentado, mas sobreviveu e reconheceu o PM como autor do crime. Outro filho dele, um menino de sete anos, viu quando dois homens em uma moto amarela atiraram e mataram seu irmão e o jardineiro.
Na manhã de 30 de maio, as vítimas tinham ido até Embu porque um homem que se identificou como Sérgio havia ligado para Souza e pedido um orçamento para um trabalho de jardinagem. A polícia tenta descobrir se Sérgio existe ou não.
De acordo com os sobreviventes do atentado, quando passavam pela estrada Velha de Cotia, o jardineiro pediu para parar o carro em que estavam porque viu um conhecido chamado Paulo parado na estrada e tinha a intenção de ajudá-lo.
O jardineiro acreditou que Paulo estava com sua moto quebrada, caminhou em sua direção e foi baleado ao estender a mão para cumprimentá-lo.
Testemunhas ouvidas pela Corregedoria da Polícia Militar afirmaram que o terceiro-sargento Ferreira ameaçara o vizinho Souza oito dias antes do crime.
Segundo elas, a desavença entre o PM Ferreira e o jardineiro ocorreu porque Souza gostava de ouvir som alto em sua casa e também porque seu cachorro latia muito, o que irritava o policial.
O sargento Ferreira trabalha no setor administrativo do 42º Batalhão, em Osasco (Grande São Paulo).
Ele está afastado das ruas desde 2007, quando matou um homem a pauladas durante um trabalho policial. O PM afirmou que o homem havia tentado agredi-lo com uma faca.

OUTRO LADO
Ontem, a reportagem tentou, mas não conseguiu localizar a advogada de defesa do PM Ferreira, que está no Presídio Militar Romão Gomes (zona norte de São Paulo) desde 16 de julho.
À Corregedoria da PM o policial Ferreira negou participação no duplo homicídio e disse que passou o dia 30 de maio no parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo), onde foi assistir um show musical com sua mulher.


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