São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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OAB quer acesso a inquérito do caso Rota

Presidente da entidade em SP afirma que suspeitas sobre veracidade de atentado à sede da tropa em 2010 são gravíssimas

Comando da Polícia Militar diz que pedirá cópia do relatório confidencial a fim de também apurar o caso

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

A Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Paulo vai pedir acesso às investigações do suposto atentado contra o prédio da Rota, tropa de elite da PM, em 2010.
Segundo seu presidente, Martim de Almeida Sampaio, são graves as suspeitas levantadas pelo relatório de inteligência da Polícia Civil, que põe em dúvida a veracidade da versão oficial. Parte do relatório foi divulgado ontem pela Folha.
Para o advogado, a história sobre o atentado sempre pareceu "esquisita", mas não pode haver prejulgamentos porque a Polícia Militar é uma instituição que merece respeito pelo seu trabalho.
"Estamos diante de um silogismo. Se for verdade [que o atentado é falso], é gravíssimo. Se for mentira, se o relatório não for verdadeiro e procurar comprometer uma outra instituição, é mais grave ainda", disse ele.
Na versão oficial, o ex-detento Frank Ligieri Sons, 33, atacou a tropa especial da PM, atirando no prédio, com um coquetel molotov na mão. Ainda segundo a versão oficial, os policiais da Rota revidaram e mataram Sons.
O documento confidencial da inteligência da polícia diz: "Possivelmente, o atentado contra a mencionada sede miliciana seria para tirar o foco de práticas ilícitas envolvendo integrantes da Rota e martirizar os envolvidos".
O Comando da Polícia Militar diz que vai pedir uma cópia do relatório da Polícia Civil para realizar investigações a respeito do caso. Afirma ainda que "será implacável contra eventuais desvios de conduta".

SUPERMERCADO
A própria OAB acompanha as investigações da Polícia Civil, da Corregedoria da Polícia Militar e do Ministério Público Estadual sobre uma ação de PMs da Rota e do 18º Batalhão realizada no último dia 5 na zona norte.
Seis homens que tentavam assaltar caixas eletrônicos de um supermercado da rede CompreBem foram mortos em um suposto confronto com os policiais militares.
A Folha revelou anteontem que a operação pode ter sido uma emboscada.
A suspeita é de que o objetivo era "mandar um recado" aos ladrões de caixas eletrônicos. Neste ano, 500 equipamentos já foram atacados em todo o Estado.


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